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Mutualistas já são novamente donos de toda a caixa económica do Montepio

Nem todos os accionistas da Caixa Económica Montepio Geral venderam as suas acções na oferta, pelo que a Montepio Geral – Associação Mutualista avançou para uma operação em que foram obrigados a vender.

Miguel Baltazar
17 de Novembro de 2017 às 19:18
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Foram apenas dois meses aqueles em que a associação mutualista do Montepio não teve, nas suas mãos, o controlo total sobre a Caixa Económica Montepio Geral. Mas, esta sexta-feira, 17 de Novembro, voltou a ter.

 

Com uma oferta de aquisição potestativa, a Montepio Geral – Associação Mutualista adquiriu a totalidade das acções da caixa económica sob o comando e José Félix Morgado, anunciou esta última à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).  

 

"A Montepio Geral – Associação Mutualista, nos termos e para os efeitos do n.º 3 do artigo 490.º do Código das Sociedades Comerciais, exerceu o seu direito potestativo de aquisição das restantes 4.743.887 acções detidas pelos accionistas da Caixa Económica Montepio Geral que não aceitaram voluntariamente a oferta de compra […], ficando a deter 2.420.000.000 de acções representativas da totalidade do capital social da Caixa Económica Montepio Geral", indica o comunicado.

 

Ou seja, antes desta última aquisição potestativa, a mutualista liderada por António Tomás Correia tinha 99,8% da caixa económica. Após a operação, fica com exactamente 100%.

 

A posição de 99,8% foi conseguida através de várias operações, sendo que é preciso recuar até ao Verão, altura em que o capital da instituição financeira ainda não era representado por acções, para perceber como chegou até aqui. A mutualista era dona do capital institucional da caixa que tinha um fundo de participação, representado por unidades, que estavam nas mãos dos investidores. Nesta altura, a associação era a única dona.

 

Contudo, o Banco de Portugal obrigou a que a caixa económica se transformasse numa sociedade anónima, ou seja, que passasse a ter o capital representado por acções, até para o caso de ser necessário receber injecções de novos accionistas. Antes dessa transformação, a mutualista lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre as unidades de participação da caixa económica, através da qual ficou com 98,28%.

 

Fim da ordem permanente de compra

 
Após o fim da OPA, a mutualista avançou para a transformação em sociedade anónima: as unidades de participação passaram a ser acções. A associação sob o comando de Tomás Correia tinha 99,7% da caixa liderada por Félix Morgado. 

Depois, a associação mutualista avançou para a saída de bolsa da caixa, através da perda da qualidade de sociedade aberta. E, nesse caminho, lançou uma ordem permanente de compra, que se estendia até 16 de Janeiro, e uma outra oferta de aquisição de acções, que terminou a 16 de Novembro, através da qual chegou aos 99,8%.  


Como lançou essa oferta de aquisição, e depois avançou para a compra potestativa que deu os 100%, já não há acções para comprar, o que levou ao fim da ordem permanente de compra. "A Montepio Geral – Associação Mutualista procedeu ao registo comercial e publicação da aquisição potestativa, extinguindo-se nesta data [17 de Novembro] a ordem permanente de compra de Ações da Caixa Económica Montepio Geral efectuada pela Montepio Geral – Associação Mutualista", adianta a instituição financeira. 

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