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Morreu Emilio Botín, presidente do Santander

O presidente do conselho de administração do maior banco espanhol morreu esta noite em Madrid, com 79 anos. O líder histórico do Santander foi vítima de um ataque cardíaco.

Bloomberg
10 de Setembro de 2014 às 08:05
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Emilio Botin, presidente do Conselho de Administração do Santander, faleceu ontem em Madrid, com 79 anos. "O Banco Santander lamenta comunicar o falecimento do seu presidente Emilio Botín", refere um comunicado emitido pelo banco espanhol na manhã desta quarta-feira, onde acrescenta que o Conselho de Administração do banco irá reunir ainda hoje para encontrar um sucessor.

 

O líder histórico do banco espanhol foi vítima de um ataque cardíaco, de acordo com a imprensa espanhola. Botín foi o grande responsável pela expansão do Santander, que chegou ao estatuto de maior banco europeu em valor de mercado bolsista, na sequência de uma série de aquisições além-fronteiras. Entre elas o Banco Totta & Açores, que garantiu ao banco espanhol uma posição de destaque no "top 5" da banca portuguesa, que conserva até hoje. O Santander comprou o grupo financeiro de Champalimaud em 2000.

 

Botín, economista e licenciado em direito, nasceu em Santander em 1934. Proveniente de uma família de banqueiros, o gestor entrou para o Santander em 1958, quando tinha 24 anos, sendo que nunca mais saiu do banco.

 

Entrou para a administração do banco com 26 anos e assumiu o cargo de "chairman" (presidente do Conselho de Administração) em 1986. Chegou ao cargo de presidente executivo em 1977, que deixou de exercer há sete anos. De acordo com o El País, tinha prevista para hoje a apresentação de um quadro de Velázquez, que foi restaurado com os fundos do banco.

 

Botín transformou o Santander num banco à escala mundial, marcando forte presença em vários países da América Latina, mas também nos Estados Unidos e Reino Unido. Tem seis filhos, entre eles Ana Patricia Botín, que foi presidente do Banesto e é hoje a líder do banco britânico do Santander. O El País dá conta que Ana Patricia é a favorita para substituir o pai na liderança do Santander.

 

"Botín tornou-se um símbolo de inovação, progresso e liderança ao transformar o Santander de um pequeno banco regional num ‘player global’, colocando-o na primeira linha da modernização do sistema bancário espanhol depois da morte de Franco", disse à Bloomberg Javier Diaz-Gimenez, professor da IESE, que classificou a morte de Botín como "inesperada e uma grande perda para a banca espanhola". O Santander foi fundado em 1857 e tem hoje activos avaliados em um bilião de euros, em linha com a dimensão do PIB de Espanha.

 

Botín, que detinha 1% do capital do Santander e segundo a Lusa uma fortuna estimada em mil milhões de euros, foi alvo de vários processos judiciais, entre os quais se incluem uma investigação sobre alegada evasão fiscal e outra relacionada com o pagamento de indemnizações a um director do banco.

 

As acções do banco espanhol seguem a cair 1,86% na bolsa de Madrid, para 7,60 euros, numa sessão que está a ser negativa para os mercados accionistas europeus. A capitalização bolsista do banco é de 91,5 mil milhões de euros.

 

(notícia actualizada às 8h50 com mais informação)

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