Notícia
Morreu Emilio Botín, presidente do Santander
O presidente do conselho de administração do maior banco espanhol morreu esta noite em Madrid, com 79 anos. O líder histórico do Santander foi vítima de um ataque cardíaco.
Emilio Botin, presidente do Conselho de Administração do Santander, faleceu ontem em Madrid, com 79 anos. "O Banco Santander lamenta comunicar o falecimento do seu presidente Emilio Botín", refere um comunicado emitido pelo banco espanhol na manhã desta quarta-feira, onde acrescenta que o Conselho de Administração do banco irá reunir ainda hoje para encontrar um sucessor.
O líder histórico do banco espanhol foi vítima de um ataque cardíaco, de acordo com a imprensa espanhola. Botín foi o grande responsável pela expansão do Santander, que chegou ao estatuto de maior banco europeu em valor de mercado bolsista, na sequência de uma série de aquisições além-fronteiras. Entre elas o Banco Totta & Açores, que garantiu ao banco espanhol uma posição de destaque no "top 5" da banca portuguesa, que conserva até hoje. O Santander comprou o grupo financeiro de Champalimaud em 2000.
Botín, economista e licenciado em direito, nasceu em Santander em 1934. Proveniente de uma família de banqueiros, o gestor entrou para o Santander em 1958, quando tinha 24 anos, sendo que nunca mais saiu do banco.
Entrou para a administração do banco com 26 anos e assumiu o cargo de "chairman" (presidente do Conselho de Administração) em 1986. Chegou ao cargo de presidente executivo em 1977, que deixou de exercer há sete anos. De acordo com o El País, tinha prevista para hoje a apresentação de um quadro de Velázquez, que foi restaurado com os fundos do banco.
Botín transformou o Santander num banco à escala mundial, marcando forte presença em vários países da América Latina, mas também nos Estados Unidos e Reino Unido. Tem seis filhos, entre eles Ana Patricia Botín, que foi presidente do Banesto e é hoje a líder do banco britânico do Santander. O El País dá conta que Ana Patricia é a favorita para substituir o pai na liderança do Santander.
"Botín tornou-se um símbolo de inovação, progresso e liderança ao transformar o Santander de um pequeno banco regional num ‘player global’, colocando-o na primeira linha da modernização do sistema bancário espanhol depois da morte de Franco", disse à Bloomberg Javier Diaz-Gimenez, professor da IESE, que classificou a morte de Botín como "inesperada e uma grande perda para a banca espanhola". O Santander foi fundado em 1857 e tem hoje activos avaliados em um bilião de euros, em linha com a dimensão do PIB de Espanha.
Botín, que detinha 1% do capital do Santander e segundo a Lusa uma fortuna estimada em mil milhões de euros, foi alvo de vários processos judiciais, entre os quais se incluem uma investigação sobre alegada evasão fiscal e outra relacionada com o pagamento de indemnizações a um director do banco.
As acções do banco espanhol seguem a cair 1,86% na bolsa de Madrid, para 7,60 euros, numa sessão que está a ser negativa para os mercados accionistas europeus. A capitalização bolsista do banco é de 91,5 mil milhões de euros.
(notícia actualizada às 8h50 com mais informação)