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Montepio elimina participada com menos de dois anos de vida

O Montepio vendeu a unidade de capital de risco, constituída em 2014, tal como o Novo Banco tinha feito na sexta-feira. A recuperação de crédito também deixou de ser uma unidade autónoma. O banco está a centrar-se no negócio bancário tradicional.

18º - José Félix Morgado – Montepio: 159 mil euros
08 de Agosto de 2016 às 20:48
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"Em 8 de Outubro de 2014, foi constituído o Montepio – Capital de Risco, SCR. Esta sociedade de capital de risco apresenta um capital social de 250 milhares de euros e é detida integralmente pelo Montepio Investimentos". A indicação consta do relatório e contas do ano passado do Montepio Investimentos, participada da Caixa Económica Montepio Geral. O período de vida do Montepio – Capital de Risco foi, contudo, reduzido.

 

Não se passaram dois anos e já foi ditado o desaparecimento desta empresa de capital de risco: "foi deliberada, a 24 de Junho de 2016, pela sua participada Montepio Investimento, S.A. a dissolução do Montepio Capital de Risco, S.C.R., S.A.", anunciou a instituição presidida por José Félix Morgado (na foto) esta segunda-feira, 8 de Agosto, três dias depois de também o concorrente Novo Banco ter anunciado a saída de capital de risco. 

 

No final do ano passado, esta unidade de capital de risco tinha um activo de 421 mil euros face a um passivo de 69 mil euros: o capital próprio resultante, ou seja, o que ficaria se os activos tivessem de fazer face a todas as responsabilidades, era de 352 mil. Dados do relatório e contas do Montepio Investimento.

 

"A dissolução desta participada decorre da execução do plano estratégico 2016 – 2018, o qual promove um maior enfoque na gestão do negócio bancário ‘core’", explica a caixa económica, que pertence totalmente à Associação Mutualista Montepio Geral, em comunicado ao regulador do mercado de capitais. 

 
Recuperação de crédito perde autonomia


Esse plano também ditou o encerramento do Montepio Recuperação de Crédito, A.C.E, decidido em assembleia-geral daquela participada, a dia 22 de Junho de 2016.

Segundo a entidade financeira, nos comunicados à CMVM, o plano estratégico prevê a "racionalização dos processos operacionais do grupo", defendendo que "o reposicionamento da actividade de recuperação de crédito nas estruturas da própria CEMG permitirá atingir maiores níveis de eficiência e uma superior capacidade resposta às necessidades do negócio bancário core". Esta unidade era detida directamente, em 93%, pela Caixa Económica Montepio Geral, tendo, em 2015, um activo de 2,2 milhões de euros e um passivo de 3,2 milhões.

 

Num outro documento publicado no site oficial do Montepio, é indicado que as duas deliberações "permitem confirmar o bom ritmo de implementação do referido plano, onde a reorganização da plataforma operacional se assume como um dos seus pilares fundamentais, num quadro de aumento da eficiência e o reforço da qualidade de serviço aos seus clientes".

A entidade assegura que não haverá despedimentos ou cortes, já que se trata de uma integração. Uma garantia dada depois de ter reduzido em 350 trabalhadores o seu quadro e num momento em que está a impor a retirada de isenções de horários de trabalho a perto de 500 funcionários. 

 

O Montepio tem estado em reorganização desde que Félix Morgado assumiu o leme da caixa económica, em 2015. Ainda na semana passada, a entidade anunciou a transferência das participadas em Angola e Moçambique para uma parceria com bancos internacionais, o que acabará por possibilitar uma melhoria dos rácios de capital. 


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