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Montepio regressa aos lucros
A venda de títulos de dívida portuguesa e as comissões bancárias contribuíram para os lucros do Montepio em 2017, depois das perdas no ano anterior. A quebra nos custos e nas imparidades também.
A Caixa Económica Montepio Geral regressou aos lucros. Obteve 30,1 milhões de lucro em 2017, o que compara com as perdas de 86,5 milhões do ano passado. Os números foram revelados em comunicado esta quinta-feira, 8 de Fevereiro.
A subida da margem financeira, a descida dos custos e o recuo das imparidades justificam a evolução positiva dos resultados apresentados por José Félix Morgado (na foto), que deverá abandonar em breve a liderança da instituição. A caixa não fez conferência de imprensa para reportar as contas do ano passado.
A margem financeira do Montepio fixou-se em 263,9 milhões de euros em 2017, uma subida de 4,3% em relação ao ano anterior, que a entidade atribui à redução das remunerações pagas nos depósitos, superior à queda dos juros recebidos nos créditos.
Além disso, as comissões bancárias cresceram 15% para 117 milhões de euros, com o banco a dizer que fez uma "adequação do preçário".
Não foram, contudo, as únicas fontes de proveitos da instituição totalmente detida pela Montepio Geral – Associação Mutualista. Nos resultados de operações financeiras, houve uma quase duplicação, para 72,8 milhões de euros, dos resultados de operações financeiras: a venda de títulos de dívida pública portuguesa foi o motivo.
Uma outra rubrica em crescimento foram os "outros resultados de exploração", sobre a qual a caixa não dá grandes explicações: o avanço de 31,8 milhões negativos para 38,8 milhões de euros positivos é explicado pelo "desempenho positivo associado a activos imobiliários".
Em suma, o produto bancário do Montepio cresceu 36% para 505,2 milhões de euros.
Custos caem com redução de pessoal
O que também caiu foram os custos com pessoal: um recuo de 5% para 268,3 milhões de euros, conduzido pela queda dos custos com salários e dos gastos gerais. A caixa económica terminou 2017 com 3.630 trabalhadores.
As imparidades para crédito deslizaram 24% para 138 milhões, registando-se também quedas nas imparidades para outros activos.
Em termos de capital, o Montepio apresentou um rácio CET 1 (common equity tier 1, que mede o peso dos melhores fundos) de 13,5%, acima dos 10,4% um ano antes. Em Junho, foi capitalizado em 250 milhões de euros, por determinação do Banco de Portugal.
Crédito cai 6%, depósitos praticamente estagnados
Os depósitos de clientes ficaram em 12.561 milhões de euros em Dezembro, mais 0,7% do que um ano antes.
Já os créditos a clientes totalizaram 14.064 milhões, uma descida de 6,5% - o banco diz que se deve à venda de carteira de créditos em incumprimento e a uma "exigente política" de alteração de preços nos empréstimos concedidos.
(Notícia actualizada às 18:22 com mais informações)