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Monte dei Paschi regressa à bolsa e às quedas abruptas

O banco mais antigo do mundo está de volta à bolsa, depois de a negociação ter sido suspensa em Dezembro e de ter sido alvo de um resgate. As acções estão a deslizar mais de 25% face ao preço a que o Estado injectou dinheiro.

O Monte dei Paschi, o banco mais antigo do mundo, também tem sentido a pressão devido à exposição a activos de risco. O banco procura novos investidores e parceiros para vender carteiras de crédito de menor qualidade de forma a aliviar o fardo que estes representam para o seu balanço. As acções descem 52,68% em 2016.
Bloomberg
25 de Outubro de 2017 às 16:10
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As acções do Monte dei Paschi di Siena estão a negociar nos 4,718 euros, um valor que corresponde a uma queda de 27,30% face aos 6,49 euros pagos pelo Estado, em Julho, para resgatar o banco mais antigo do mundo.

 

O Monte dei Paschi viu a sua negociação em bolsa suspensa em Dezembro, depois de vários problemas de recapitalização. A solução encontrada foi a intervenção do Estado, que foi aprovada por Bruxelas.

 

O Estado entrou no capital do banco em Julho, só depois de aprovada a operação, ficando com 70% do capital da instituição financeira. Para ficar com este capital, o Estado injectou um total de 5,4 mil milhões de euros.

 

Para ter esta aprovação, o Monte dei Paschi teve de traçar um plano de reestruturação, que inclui a eliminação de 5.500 postos de trabalho e o fecho de 600 balcões, até 2021. O plano prevê ainda a venda de activos, nomeadamente 28,6 mil milhões de crédito malparado, segundo um comunicado emitido a 5 de Julho, e citado pela Bloomberg. A instituição financeira prevê ainda registar lucros de 1,2 mil milhões de euros em 2021.


Foram necessários vários meses para que Roma e Bruxelas pudessem chegar a um entendimento que autorizasse a recapitalização da instituição financeira. No arranque do segundo semestre, a luz verde chegou acompanhada de duas condições.


A primeira foi a confirmação por parte do Banco Central Europeu de que o Monte dei Paschi está solvente e cumpre as exigências de capital. A segunda porque Itália recebeu o compromisso formal de vários investidores privados para comprar um portefólio de crédito malparado do banco, com um valor de 26 mil milhões de euros.

 

Para que Bruxelas desse o aval à operação, foi ainda necessário que os accionistas e os credores juniores do Monte dei Paschi garantissem a contribuição com 4,3 mil milhões de euros no plano de recapitalização do banco, por forma a limitar "a utilização de dinheiro dos contribuintes". Os detentores de obrigações juniores vão ver os seus títulos transformados em acções, o que diluirá as posições dos actuais accionistas. A entrada do Estado no capital do banco, através da injecção de 5,4 mil milhões de euros, também reduzirá o peso dessas participações.

 

Em Agosto passado, o Monte dei Paschi comunicou ao mercado que terminou o primeiro semestre do ano com um prejuízo de 3,2 mil milhões de euros, um valor que é justificado pelas provisões no montante de cerca de quatro mil milhões de euros registadas neste período. A margem financeira diminuiu, num período em que o volume gerado pelas comissões também caiu.

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