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Mario Draghi “debaixo de fogo” devido ao escândalo do Monte dei Paschi

O actual presidente do BCE estava à frente do Banco de Itália quando se deu a operação de derivados que deu origem ao “buraco” no Monte dei Paschi di Siena e que levou a instituição financeira a obter ajudas do Estado.

25 de Janeiro de 2013 às 16:42
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Mario Draghi era presidente do banco central italiano quando o Monte dei Paschi se envolveu em operações de alto risco, que vieram a revelar-se desastrosas e que vieram agora a lume. Ontem, o Banco de Itália explicou em comunicado que não tinha conhecimento das operações financeiras realizadas entre 2006 e 2009  pelo Monte dei Paschi e que foram divulgadas nos últimos dias pela imprensa internacional. Mas Draghi não escapa às críticas.

 

Um dos dedos é apontado pelo ex-ministro italiano da Economia, Giulio Tremonti, que disse num “tweet” que estava “estupefacto” por Draghi, no seu papel de supervisor do sistema bancário em Itália, não ter descoberto e evitado estas operações, refere a Reuters.

 

Depois de estas operações terem chegado ao domínio público, o presidente da Associação Bancária Italiana, Giuseppe Mussari, apresentou a sua demissão. Mussari foi CEO do Monte dei Paschi na época em que terão sido celebrados os referidos contratos.

As cotações do Monte dei Paschi di Siena têm estado a cair fortemente nos últimos dias, tendo mesmo sido suspensas da negociação na bolsa milanesa por várias vezes, devido ao escândalo provocado pelo “buraco” deixado por contratos de produtos derivados, que – conforme confirmou ontem o seu CEO, Fabrizio Viola, em entrevista ao “Il Messagero” – ascende a 720 milhões de euros.

 

Estas perdas estão relacionadas com vários contratos celebrados com o nipónico Nomura e com o alemão Deutsche Bank.

 

O Banca Monte dei Paschi di Siena, fundado em 1472, foi resgatado em 2009 e procura agora conseguir mais 500 milhões de euros dos contribuintes para cobrir as potenciais perdas de 700 milhões de euros este ano, decorrentes das operações com os derivados. Se o conseguir, o custo do seu resgate ascenderá a 3,9 mil milhões de euros.

 

Aumento de capital aprovado hoje

 

Entretanto, os investidores do banco aprovaram hoje um plano de aumento de capital no valor de 6,5 mil milhões de euros, um passo necessário para o Monte dei Paschi poder receber uma segunda ajuda do governo italiano.

 

Os accionistas aprovaram a medida na AG que hoje decorreu em Siena, permitindo assim que o banco possa qualificar-se a pedir mais dinheiro ao Estado.

 

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, está a tentar travar as consequências políticas deste escândalo, que em nada ajuda à sua campanha para um segundo mandato, tendo ontem pedido ao Banco de Itália para analisar as contas daquela instituição antes de libertar a ajuda financeira. Nos termos do “bailout”, o Monte dei Paschi venderá dívida - denominada “Obrigações Monti” – ao Estado, com um cupão de 9% que poderá elevar-se até 15%.

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