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Lucros do Credit Suisse recuam 21% para 408,81 milhões de euros no terceiro trimestre
As contas do Credit Suisse, reveladas esta quinta-feira, superaram as estimativas dos analistas. A instituição financeira anunciou lucros de 408,81 milhões de euros no terceiro trimestre, uma queda de 21% face ao mesmo período de 2020.
Entre julho e setembro, o Credit Suisse registou lucros de 434 milhões de francos suíços, 408,81 milhões de euros à atual conversão, um montante que está 21% abaixo dos resultados homólogos. No terceiro trimestre do ano passado, o banco reportou um resultado líquido de 546 milhões de francos suíços.
Estes resultados estão acima das estimativas dos analistas da Refinitiv, que apontavam para lucros de 333,8 milhões de francos suíços no trimestre.
As receitas do banco totalizaram 5,4 mil milhões de francos suíços, cerca de 5,16 mil milhões de euros, um valor que compara com os 5,2 mil milhões do período homólogo. Os resultados ligados à gestão de fortunas representaram a maior fonte de receitas no trimestre (cerca de 3,3 mil milhões de francos).
A instituição financeira, onde o português António Horta-Osório desempenha funções como "chairman", explica que as despesas operacionais aumentaram 6% no trimestre, para 4,6 mil milhões de francos suíços, "principalemnte devido a provisões e taxas de serviços profissionais". O comunicado da empresa detalha 564 milhões de francos suíços (cerca de 535 milhões de euros) para a litígios, nomeadamente em Moçambique, onde o banco foi multado pelos reguladores.
O banco anunciou algumas mudanças na organização, meses depois da queda do "family office" Archegos. O Credit Suisse fez uma amortização de 4 mil milhões de euros devido à grande exposição que tinha no Archegos Capital Management, para enfrentar a perda esperada após a implosão.
Uma destas mudanças está ligada à área de banca de investimento, com o anúncio de que a partir de janeiro o Credit Suisse reduzirá este tipo de atividade. O banco irá também simplificar a estrutura em quatro divisões - gestão de fortunas, banco de investimento, banco na Suíça e gestão de ativos - em quatro localizações (Suíça, região EMEA, Ásia-Pacífico e Américas).
Segundo o CEO do Credit Suisse, Thomas Gottstein, "os objetivos são claros", com a empresa a indicar que "quer tornar-se mais forte, um banco mais centrado no cliente e que colocam a gestão de risco no centro do seu ADN para entregar um crescimento sustentável a investidores, clientes e colegas.
Banco antecipa queda no final do ano
Na nota divulgada, o Credit Suisse indica que "espera uma redução maior" no resto de 2021, numa altura em que "o ambiente de "trading" normaliza, comparando com os níveis elevados vistos em 2020".
Neste cenário, a instituição financeira chama à atenção para a particularidade de "os bancos centrais estarem a começar a sinalizar o fim dos apoios à economia disponibilizados durante a crise de covid-19".