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Lucro do Santander em Portugal dispara 25% para 778 milhões até setembro

A margem financeira continuou a ser um dos motores de crescimento do banco, subindo mais de 20%, mas já começou a dar sinais de desaceleração na sequência da redução dos juros do Banco Central Europeu.

Pedro Catarino / Cofina Media
29 de Outubro de 2024 às 09:31
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O Santander Portugal registou um lucro de 778,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma subida de 25,1% face aos 621,7 milhões de euros alcançados no mesmo período do ano passado.

Com uma subida de mais de 20% para 1,24 mil milhões de euros, a margem financeira continuou a ser um dos principais motores de crescimento, embora tenha começado uma trajetória de desaceleração. "A margem financeira [...] ainda continua a beneficiar da subida das taxas de juro de referência executada até setembro de 2023, mas a um ritmo progressivamente menor, pois o Banco Central Europeu já tem em curso um ciclo de descida das taxas de referência [...] que começa a afetar a dinâmica intra-anual da margem, que se traduz numa redução face quer ao pico, observado no 4.º trimestre de 2023, quer ao trimestre anterior", explica em comunicado a instituição financeira liderada por Pedro Castro e Almeida.

Já as comissões mantiveram-se quase estáveis nos 345 milhões de euros (menos 0,2%), refletindo, segundo o banco, dois efeitos de sinal oposto. "Por um lado, um crescimento relativamente generalizado nas comissões relacionadas com a atividade de clientes, em especial as de crédito, de fundos de investimento e de seguros. Por outro lado, um menor volume de comissões relacionadas com assessoria financeira", lê-se no documento.

O produto bancário ascendeu assim a 1,6 mil milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 14,5%.

Crédito e depósitos em alta

A carteira de crédito bruto subiu 6,6%, atingindo 47,9 mil milhões de euros. "A partir do final do verão de 2023, o banco adaptou a sua oferta ao novo contexto de taxas de juro, traduzindo-se no crescimento da captação de novos clientes, em segmentos de maior valor, com o consequente crescimento do crédito".

As carteiras de créditos e de depósitos cresceram: o crédito hipotecário subiu 3,9% para 23 mil milhões de euros. O crédito ao consumo aumentou 7,8% para 1,9 mil milhões. No segmento das empresas, a carteira de empréstimos atingiu 22,8 mil milhões de euros depois de uma subida de 9,7%.

A carteira de depósitos cresceu 4,2% para 37 mil milhões de euros.

A descida dos juros também teve outra consequência: fez "abrandar a atividade de amortização antecipada de créditos, que tinha sido mais marcada no primeiro semestre de 2023".

O rácio de transformação aumentou de 124,5% em setembro de 2023 para 127,6% no mesmo mês deste ano.

Rácios de capital ainda sobem

Seguindo uma trajetória comum à generalidade dos bancos desde a subida dos juros do Banco Central Europeu iniciada em 2022, o Santander Portugal continuou, nos primeiros nove meses do ano, a fortalecer o capital, melhorando os rácios de liquidez e solvabilidade.

O rácio CET 1 (sigla para a expressão inglesa "Common Equity Tier 1" situou-se em 16,7%, tendo tido um acréscimo de 0,4 pontos percentuais face ao mesmo período de 2023.

"O Banco continua a dispor de níveis de capitalização bastante elevados, claramente acima dos requisitos mínimos exigidos pelo BCE", elucida a instituição financeira. O objetivo imposto ao banco para aquele rácio em 2024 é de 8,428%.

Os custos operacionais atingiram 389,8 milhões de euros, numa subida ligeira (0,6%) face a setembro de 2023. 

Neste período o banco pagou 391,8 milhões de euros em impostos, mais 34% do que nos primeiros nove meses do ano passado.

As provisões líquidas foram de 38,5 milhões de euros, "refletindo os encargos com a contribuição extraordinária sobre o setor bancário e o adicional de solidariedade", avança o Santander Portugal.

Quadro de pessoal diminui

No final de setembro deste ano, o Santander Portugal empregava 4.580 pessoas. O valor representa uma diminuição de 82 profissionais face aos 4.662 empregados que tinha no mesmo mês do ano anterior.

Entre o terceiro trimestre de 2023 e o mesmo período deste ano, o banco teve uma diminuição líquida de três agências: tem agora 329 balcões. 

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