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Lesados do Novo Banco pedem ajuda aos deputados para recuperar poupanças

A Associação Obrigacionistas Sénior Particulares Lesados do Novo Banco (AOSPNB) foi esta sexta-feira ao parlamento expor a sua situação, se discute a criação dos fundos de recuperação de créditos, considerando que vive uma situação grave e caricata.

Bruno Simão
07 de Julho de 2017 às 20:53
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"A nossa guerra não é contra vocês, é contra o Banco de Portugal", afirmou Ruy Ribeiro, porta-voz da AOSPNB, dirigindo-se aos deputados durante a audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA).

 

"É uma situação gravíssima que os nossos associados estão a sofrer. O nosso caso é caricato para não dizer completamente ridículo, totalmente diferente dos outros lesados. Não somos lesados do BES nem do Banif, somos lesados do Novo Banco. Ao contrário dos outros lesados, no nosso caso só existe um responsável, o Banco de Portugal", declarou.

 

O responsável considerou que em causa está um "montante irrisório" de 19 milhões de euros, apenas 1% do valor total das obrigações que, depois de terem sido passadas para o Novo Banco após a resolução do Banco Espírito Santo (BES), voltaram a ser remetidas para o BES por decisão do Banco de Portugal (BdP).

 

Segundo Ruy Ribeiro, os afectados são 110 famílias portuguesas (algumas emigradas), cinco pequenas e médias empresas (PME), um centro social e paroquial, cinco cidadãos alemães e um espanhol.

 

"Não temos massa crítica para fazer barulho. Somos os lesados de que ninguém se lembra. Os lesados do papel comercial fizeram barulho e é por causa deles que hoje aqui estamos, por isso, agradecemos-lhes. Nunca o Governo nos recebeu, nem o governador do Banco de Portugal. Todos nos dão razão, mas ninguém resolve o nosso problema. Querem que vamos para os tribunais, mas com a lentidão da justiça portuguesa, as pessoas, que são maioritariamente idosos, vão morrer antes de ver o dinheiro", contestou, especificando que tem 61 anos e é um dos mais novos da associação.

 

"O Banco de Portugal violou a Constituição Portuguesa", acusou, realçando que dois terços do montante investido pelos associados da AOSPNB foi aplicado antes da resolução do BES (agosto de 2014), mas um terço do valor global foi depois.

 

"São obrigações seniores compradas aos balcões do Novo Banco. Estamos a falar de más práticas do Novo Banco, cujo accionista é o Fundo de Resolução, que integra o Banco de Portugal. Isto é inacreditável", lamentou.

 

Em declarações à Lusa no final da audição, Ruy Ribeiro considerou que a única solução justa para este caso passa por uma proposta comercial que o Novo Banco, no seu entender, deve fazer a estes portadores de obrigações seniores.

 

"Enquanto os senhores deputados estavam aqui na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BES, o Novo Banco estava a vender obrigações aos balcões, com os gestores a garantirem que como se tratava de um banco de transição, isto é, público, pelo que não havia qualquer risco. Mas alguns meses depois o BdP decidiu passar para o BES mau os produtos que nos foram vendidos e colocou-nos nesta situação", assinalou Ruy Ribeiro. E deixou um apelo: "O nosso caso é gritante. Estas pessoas precisam da ajuda dos senhores deputados".

 

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