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KPMG arrisca multa recorde superior a 14 milhões de euros
A auditora KPMG enfrenta a possibilidade de ser alvo de uma coima gigantesca superior a 14 milhões de euros devido a má conduta na auditoria às contas do Bank of New York Mellon.
A KPMG arrisca ter de pagar uma coima recorde de no mínimo 12,5 milhões de libras (em torno de 14,2 milhões de euros) devido a práticas irregulares na auditoria às contas do Bank of New York Mellon, segundo noticiou o Financial Times.
A filial britânica do regulador independente Financial Reporting Council (FRC) referiu numa audição realizada na passada terça-feira, em Londres, que aquela enorme coima se adequa devido à seriedade dos abusos de má conduta da KPMG e tendo em conta a dimensão das operações em causa do banco norte-americano.
A KPMG (e um funcionário da auditora), que faz parte do chamado grupo das "Big Four" que inclui as quatro maiores multinacionais de auditoria, reconheceu em 2018 ter atuado de forma imprópria. No entanto, o advogado da empresa sustentou que o valor da coima é demasiado "extravagante". E acrescentou que neste tipo de casos as coimas aplicadas não costumam ir além dos 1,2 milhões de libras (em torno de 1,4 milhões de euros).
Através de comunicado, a KPMG mostrou-se "empenhada em cooperar com o regulador por forma a concluir o mais rapidamente possível esta questão".
Até hoje a maior coima aplicada, em 2018, pelo FRC foi de 6,5 milhões de libras (cerca de 7,4 milhões de euros). O alvo foi a PwC e o motivo as irregularidades detetadas no acompanhamento das contas da retalhista BHS.
Recorde-se que em abril deste ano o Banco de Portugal condenou a KPMG Portugal ao pagamento de 3 milhões de euros por "infrações especialmente graves" e "prestação de informações falsas" sobre o BES, em concreto por ter tido conhecimento das perdas que o banco poderia ter de assumir devido à situação do BES Angola.