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Juros de obrigações do Novo Banco afundam após testes de stress

As necessidades de capital de 1,4 mil milhões de euros ficaram aquém do estimado pelos analistas, o que está a justificar o comportamento positivo do preço das obrigações e respectiva descida das "yields".

Bruno Simão/Negócios
16 de Novembro de 2015 às 12:04
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Os juros das obrigações do Novo Banco estão a recuar em força, reflectindo uma subida do preço das obrigações emitidas pela instituição financeira. É a resposta dos investidores ao facto de as necessidades de capital de 1,4 mil milhões de euros, reveladas pelos testes de stress no sábado, terem ficado abaixo do estimado pelos analistas.

 

As "yields" das obrigações do Novo Banco, com maturidade em 2019, estão a recuar 210 pontos base para 6,523%. O preço, por sua vez, sobe de 87,579 euros, na sexta-feira, para 92,951 euros, esta segunda-feira, segundo dados divulgados pela Bloomberg.

 

Também as obrigações com prazo de vencimento em 2017 estão a ganhar valor, reflectindo uma descida da taxa de rendibilidade exigida pelos investidores. As taxas de juro implícitas tendem a cair quando há uma maior confiança no emitente, o que faz com que o preço evolua positivamente.

 

O desempenho positivo das obrigações ocorre depois de reveladas necessidades de capital de 1.398 milhões de euros nos testes de stress do Banco Central Europeu (BCE), abaixo das previsões dos analistas, que ascendiam a 2 mil milhões de euros.

O banco vai vender activos, como a seguradora (a antiga BES-Vida), para colmatar parte do capital que precisa para atingir os rácios mínimos. Também foi prometido o relançamento, no "imediato", do processo de venda do Novo Banco de forma a possibilitar uma venda da maioria do capital que cubra a necessidade revelada.

"Vemos este resultado como positivo face à expectativa (de necessidades de capital) na região dos 2 mil milhões de euros ou mais, e vamos alterar a recomendação para os 'Credit Default Swaps' de 'Market Perform' para 'Outperform'", segundo John Raymond e Puja Poojara, analistas da Creditsights, à Reuters. "O Banco de Portugal reiterou que tais perdas não serão impostas ao resto do sector financeiro de forma destabilizadora", acrescentam ainda. 

 

O Banco de Portugal já declarou que não deverá ser necessário pedir mais dinheiro aos bancos, o que também tem permitido as valorizações das acções da banca

 

(Notícia actualizada às 12h10 com comentário da Creditsights)

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