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Jorge Tomé e Luís Amado vão continuar no Banif

A assembleia-geral de 26 de Agosto vai deliberar a continuação em funções de Luís Amado e Jorge Tomé no Banif. A administração regista novidades, mas vêm de dentro do grupo. Na comissão de auditoria, há quem venha do Novo Banco.

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Agosto de 2015 às 17:59
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Luís Amado vai continuar como presidente da administração do Banif, ao lado de Jorge Tomé, que tem assegurado a presidência executiva desde 2012. O órgão da cúpula do banco sediado no Funchal, proposto para votação a 26 de Agosto, conta com nove membros, menos um do que até aqui. Os dois representantes do Estado continuam (já que a posição estatal ainda não foi vendida), segundo a proposta de accionistas divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Amado e Jorge Tomé contam com mais sete elementos na sua equipa de administração para o período entre 2015 e 2017. Do anterior conselho continuam Fernando Almeida e João Sousa. Issuf Ahman e Miguel Artiaga Barbosa também seguem no conselho de administração em representação do Estado.

 

As novidades no conselho de administração vêm de dentro do grupo: Carlos Firme passa a administrador, sendo que, até aqui, assumia a direcção de comunicação. Jorge Nunes era director-geral do Banif, cargo que acumulava com a presidência da Banif Imobiliária; Nuno Martins também era director do Banif: agora são administradores. 

 

Estes são nomes que serão votados na assembleia-geral marcada para 26 de Agosto, onde um dos pontos na agenda é "proceder à eleição dos membros do conselho de administração, incluindo a comissão de auditoria, para o triénio 2015-2017". A nova composição é proposta pela Rentipar, dos herdeiros de Horácio Roque (6,5%), e pelos accionistas sem posição qualificada IP Holding, de Ilídio Pinho, e AFA, de Avelino Farinha, cada um com menos de 2% do capital do banco. 

 

De saída do órgão de administração da instituição financeira estão Vítor Nunes, João Paulo Almeida, António Neto da Silva e Tomás Vasconcellos.

 

Do BES para o Novo Banco e do Novo Banco para o Banif

 

Há também uma nova comissão de auditoria, segundo a proposta a ser votada na assembleia-geral. O representante estatal, Issuf Ahmad, continua a presidir a este órgão de fiscalização, cuja função é monitorizar o trabalho a ser feito pela gestão.

 

António Neto da Silva e Tomás Vasconcelos, que estão de saída da administração, também abandonaram a comissão de auditoria. Entram Teresa Duarte, da Norgarante – Sociedade de Garantia Mútua, e Elsa Ramalho.

 

Elsa Ramalho era a responsável pela relação dos investidores do Banco Espírito Santo até Agosto de 2014. Como todos os funcionários, foi transferida para o Novo Banco, onde permaneceu com a mesma função até Novembro de 2014. Em Agosto de 2015, é proposta para fiscalizar o Banif.

 

Das propostas dos três accionistas para a assembleia-geral, também sai a indicação de que se sugere "a não nomeação de um conselho estratégico com referência ao exercício de 2015". Segundo o site do Banif, até aqui, este organismo era presidido por Maria Teresa Roque.

 

Adiamento para vender posição estatal

 

É a 26 de Agosto que se vai dar continuidade à reunião de accionistas que se iniciou a 29 de Maio e onde se optou por suspender a votação da nova equipa de gestão e de administração, por sugestão dos principais accionistas (Rentipar, Auto Industrial e IP Holdings). Se o pedido de adiamento foi feito por estes três accionistas, as listas propostas já não são assinadas pela Auto Industrial, que tem 1,87% do Banif. 

 

Com essa decisão, em Maio, de adiar a assembleia, a intenção era a de manter a administração liderada por Luís Amado e a gestão sob o comando de Jorge Tomé até 26 de Agosto, para permitir a venda da posição que o Estado ainda mantém na instituição financeira fundada por Horácio Roque. 


"Admitindo-se uma eventual alteração relevante da estrutura accionista do Banif, importa manter todas as condições para que um eventual novo accionista controlador possa determinar, livremente e sem restrições de qualquer ordem, a composição dos órgãos sociais e estatutários do Banif e das suas principais filiais", indicava a proposta para adiar a votação de 29 de Maio para 26 de Agosto.

 

Contudo, ainda não há novidades sobre a alienação desta posição e a assembleia-geral vai reunir-se para manter os principais administradores em funções até aqui. 

 

O Estado é dono de 60,53% do capital depois de, em Janeiro de 2013, ter injectado 1,1 mil milhões de euros na instituição financeira (deste valor, 700 milhões destinaram-se a subscrever um aumento de capital, enquanto os restantes 400 milhões foram aplicados em instrumentos de capital contingente ("CoCos"), dos quais o banco já reembolsou 275 milhões).

 

Pontos de trabalho

 

A liderança do Banif tem como trabalho pela frente o regresso aos lucros. Nos primeiros seis meses do ano, a instituição financeira fundada por Horácio Roque apresentou o primeiro lucro semestral desde 2011. 

 

No futuro, a administração terá de lidar com a investigação aprofundada que está a ser feita pela Comissão Europeia à ajuda estatal de 1,1 mil milhões de euros recebida em 2013. Bruxelas estará a averiguar se houve distorção da concorrência com esta ajuda.

 


(Notícia actualizada às 18h55 com mais informações)

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