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Jorge Tomé e Luís Amado vão continuar no Banif
A assembleia-geral de 26 de Agosto vai deliberar a continuação em funções de Luís Amado e Jorge Tomé no Banif. A administração regista novidades, mas vêm de dentro do grupo. Na comissão de auditoria, há quem venha do Novo Banco.
Luís Amado vai continuar como presidente da administração do Banif, ao lado de Jorge Tomé, que tem assegurado a presidência executiva desde 2012. O órgão da cúpula do banco sediado no Funchal, proposto para votação a 26 de Agosto, conta com nove membros, menos um do que até aqui. Os dois representantes do Estado continuam (já que a posição estatal ainda não foi vendida), segundo a proposta de accionistas divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Amado e Jorge Tomé contam com mais sete elementos na sua equipa de administração para o período entre 2015 e 2017. Do anterior conselho continuam Fernando Almeida e João Sousa. Issuf Ahman e Miguel Artiaga Barbosa também seguem no conselho de administração em representação do Estado.
As novidades no conselho de administração vêm de dentro do grupo: Carlos Firme passa a administrador, sendo que, até aqui, assumia a direcção de comunicação. Jorge Nunes era director-geral do Banif, cargo que acumulava com a presidência da Banif Imobiliária; Nuno Martins também era director do Banif: agora são administradores.
Estes são nomes que serão votados na assembleia-geral marcada para 26 de Agosto, onde um dos pontos na agenda é "proceder à eleição dos membros do conselho de administração, incluindo a comissão de auditoria, para o triénio 2015-2017". A nova composição é proposta pela Rentipar, dos herdeiros de Horácio Roque (6,5%), e pelos accionistas sem posição qualificada IP Holding, de Ilídio Pinho, e AFA, de Avelino Farinha, cada um com menos de 2% do capital do banco.
De saída do órgão de administração da instituição financeira estão Vítor Nunes, João Paulo Almeida, António Neto da Silva e Tomás Vasconcellos.
Do BES para o Novo Banco e do Novo Banco para o Banif
Há também uma nova comissão de auditoria, segundo a proposta a ser votada na assembleia-geral. O representante estatal, Issuf Ahmad, continua a presidir a este órgão de fiscalização, cuja função é monitorizar o trabalho a ser feito pela gestão.
António Neto da Silva e Tomás Vasconcelos, que estão de saída da administração, também abandonaram a comissão de auditoria. Entram Teresa Duarte, da Norgarante – Sociedade de Garantia Mútua, e Elsa Ramalho.
Elsa Ramalho era a responsável pela relação dos investidores do Banco Espírito Santo até Agosto de 2014. Como todos os funcionários, foi transferida para o Novo Banco, onde permaneceu com a mesma função até Novembro de 2014. Em Agosto de 2015, é proposta para fiscalizar o Banif.
Das propostas dos três accionistas para a assembleia-geral, também sai a indicação de que se sugere "a não nomeação de um conselho estratégico com referência ao exercício de 2015". Segundo o site do Banif, até aqui, este organismo era presidido por Maria Teresa Roque.
Adiamento para vender posição estatal
É a 26 de Agosto que se vai dar continuidade à reunião de accionistas que se iniciou a 29 de Maio e onde se optou por suspender a votação da nova equipa de gestão e de administração, por sugestão dos principais accionistas (Rentipar, Auto Industrial e IP Holdings). Se o pedido de adiamento foi feito por estes três accionistas, as listas propostas já não são assinadas pela Auto Industrial, que tem 1,87% do Banif.
Com essa decisão, em Maio, de adiar a assembleia, a intenção era a de manter a administração liderada por Luís Amado e a gestão sob o comando de Jorge Tomé até 26 de Agosto, para permitir a venda da posição que o Estado ainda mantém na instituição financeira fundada por Horácio Roque.
"Admitindo-se uma eventual alteração relevante da estrutura accionista do Banif, importa manter todas as condições para que um eventual novo accionista controlador possa determinar, livremente e sem restrições de qualquer ordem, a composição dos órgãos sociais e estatutários do Banif e das suas principais filiais", indicava a proposta para adiar a votação de 29 de Maio para 26 de Agosto.
Contudo, ainda não há novidades sobre a alienação desta posição e a assembleia-geral vai reunir-se para manter os principais administradores em funções até aqui.
O Estado é dono de 60,53% do capital depois de, em Janeiro de 2013, ter injectado 1,1 mil milhões de euros na instituição financeira (deste valor, 700 milhões destinaram-se a subscrever um aumento de capital, enquanto os restantes 400 milhões foram aplicados em instrumentos de capital contingente ("CoCos"), dos quais o banco já reembolsou 275 milhões).
Pontos de trabalho
A liderança do Banif tem como trabalho pela frente o regresso aos lucros. Nos primeiros seis meses do ano, a instituição financeira fundada por Horácio Roque apresentou o primeiro lucro semestral desde 2011.
No futuro, a administração terá de lidar com a investigação aprofundada que está a ser feita pela Comissão Europeia à ajuda estatal de 1,1 mil milhões de euros recebida em 2013. Bruxelas estará a averiguar se houve distorção da concorrência com esta ajuda.
(Notícia actualizada às 18h55 com mais informações)