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Itaú tentou vender posição no BPI a portugueses

O brasileiro Itaú, antigo accionista de referência do BPI, tentou vender a participação que tinha no banco a investidores portugueses, revela Carlos Câmara Pestana, antigo "chairman" do grupo. Em entrevista ao "Público", o banqueiro explica que a saída do BPI se deveu à transferência do banco europeu do Itaú para Londres.

26 de Dezembro de 2013 às 10:07
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O grupo Itaú tentou vender a sua posição de quase 19% do BPI a investidores portugueses, depois de ter decidido sair do capital do banco português. No entanto, "não se encontrou a desejada solução nacional e a La Caixa dispôs-se a adquirir a nossa participação nos finais de 2011", adianta Carlos Câmara Pestana, em entrevista ao “Público”.

 

O grupo espanhol La Caixa adquiriu aquela posição depois de ter "manifestado preferência para que a aquisição fosse feita por entidades portuguesas, para dar mais peso à participação nacional na administração do BPI", conta o antigo banqueiro. Como tal não foi possível, os espanhóis compraram a participação do Itaú e acabaram por vender metade dessa posição à empresária angolana Isabel dos Santos, que assim passou a ter quase 20% do banco liderado por Fernando Ulrich.

 

Câmara Pestana justifica ainda a decisão do Itaú de sair do BPI com o facto de, em 2010, o grupo brasileiro ter decidido transferir a sede do seu banco na Europa de Lisboa para Londres. "A alienação decorreu da decisão de transferirmos a sede do ItaúBBA de Portugal para outro país da União Europeia", uma vez que, "a partir de Julho de 2007, face à queda de ‘rating’ de Portugal, não foi mais possível financiar a actividade de intermediação financeira" através da emissão de obrigações colocadas no mercado internacional a partir de Portugal. O Brasil passou, então, a ser "o provedor dos nossos recursos, o que contrariava radicalmente o nosso projecto europeu".

 

"Em 2010, quando a decisão da transferência da sede do ItaúBBA se tornou inevitável, face à necessidade de darmos continuidade à nossa operação europeia, tornou-se óbvio que não faria mais sentido a parceria com o BPI", justifica Câmara Pestana.

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