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Irlanda lança IPO de um dos bancos que obrigaram ao resgate financeiro

O AIB foi nacionalizado em 2010 e foi uma das instituições que levou a que a Irlanda se visse obrigada a recorrer ao resgate financeiro internacional. Sete anos depois está avaliado em 13 mil milhões de euros e prepara-se para entrar em bolsa.

Reuters
31 de Maio de 2017 às 10:43
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Dublin anunciou que vai avançar com uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do Allied Irish Banks, um dos bancos resgatados em 2010 e que deu origem ao pedido de resgate financeiro da Irlanda.

 

O Ministério das Finanças irlandês anunciou na terça-feira, 30 de Maio, à noite que vai vender cerca de 25% do capital do banco através de uma colocação em bolsa. As acções serão vendidas nas bolsas de Dublin e de Londres, com o Estado a manter os restantes 75% do capital do banco nas suas mãos.

 

O IPO será um dos maiores realizados no Reino Unido nos últimos 20 anos, segundo os dados do Ministério das Finanças, que adianta que as condições da operação deverão ser conhecidas em meados de Junho.

 

Os analistas avaliam o banco entre 12 e 13 mil milhões de euros, segundo o Financial Times um valor que ainda assim fica bem abaixo dos quase 21 mil milhões de euros injectados pelo Estado em 2010.

 

O Estado detém actualmente 99,9% do AIB, tendo investido um total de 20,8 mil milhões de euros no banco desde 2009. Deste montante já recuperou 6,6 mil milhões através de capital, comissões, dividendos e juros, adianta o comunicado do Ministério emitido na terça-feira à noite.

 

A política seguida pelo Governo aponta para que "o Estado saia dos seus investimentos na banca de uma forma ponderada e prudente", voltando a colocar nas mãos dos privados estes activos, afirmou o ministro das Finanças Michael Noonan, citado no comunicado.

 

"Os fortes pregressos feitos pelo AIB e as actuais condições de mercado" são as justificações dadas para a decisão tomada esta terça-feira, segundo o comunicado emitido. O Ministério considera que agora "é a altura certa para iniciar o processo de redução" da posição que o Estado irlandês detém no AIB, adianta.

 

Os responsáveis governamentais e os administradores do AIB realizaram perto de 20 reuniões com investidores nas últimas semanas, segundo o Financial Times.

 

No comunicado emitido, o Governo e o banco realçam as evoluções operacionais da instituição financeira, com o banco a conseguir um resultado antes de impostos de quase 1,7 mil milhões de euros em 2016, continuando assim a registar melhorias nos seus resultados desde 2014. O AIB pagou inclusivamente dividendos referentes aos resultados do ano passado, o que já não acontecia desde 2008.

 

O colapso do sector financeiro foi determinante para o pedido de resgate da Irlanda, em 2010. Na altura o país precisou de 67.5 mil milhões de euros de ajuda financeira que chegou através da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em causa estava o facto de o Estado não ser capaz de financiar sozinho o resgate do Anglo Irish, da AIB e de outros bancos mais pequenos. Após o IPO do AIB o Estado irlandês ficará ainda com participações no Bank of Ireland e no Permanent TSB, além de o restante capital do AIB.

 

Recorde-se que a Irlanda foi o primeiro país a conseguir concluir o programa de resgate financeiro com sucesso, em 2013.

 

Portugal também pediu ajuda financeira em 2011, tendo recebido um pacote de quase 180 mil milhões de euros, sendo que, ao contrário da Irlanda, os problemas financeiros do país não estavam circunscritos ao sector financeiro. Lisboa também deu por concluído o programa de ajuda, com sucesso, em 2014.

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