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Institucionais europeus compram dívida hipotecária do BCP

A procura pela emissão de obrigações hipotecárias do BCP superou em 180% os mil milhões disponíveis. A operação insere-se na estratégia de financiamento do grupo bancário, que consegue substituir uma emissão mais cara.

14º - Nuno Amado – BCP: 385,2 mil euros
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O Banco Comercial Português conseguiu colocar mil milhões de euros em obrigações hipotecárias junto de investidores institucionais. Houve procura por 1.800 milhões de euros nestas obrigações.

 

"A operação foi colocada com grande sucesso num conjunto muito diversificado de investidores institucionais europeus", indica o comunicado emitido pela instituição financeira liderada por Nuno Amado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O tipo específico de investidor não é identificado. 

 

Segundo a mesma nota, a procura por estes títulos de dívida "atingiu mais de 180% do montante da emissão", o que significa que os investidores estavam dispostos a subscrever 1.800 milhões de euros.

 

O BCP acredita que a procura e "a rapidez com que a colocação foi executada demonstraram de forma inequívoca a confiança do mercado no banco e a plena capacidade deste em aceder a esta importante fonte de financiamento". O banco, que relembra que não procedia a este tipo de emissões há mais de sete anos, diz mesmo que esta operação faz parte da estratégia de financiamento para os próximos anos.

 

Não é caso único, tendo em conta que, além do BCP, também o BPI, o Santander Totta e o Montepio promoveram este tipo de operações.

 

Juro de 0,75%

 

A Bloomberg noticiou esta manhã o arranque desta emissão de obrigações hipotecárias, cuja subscrição ocorrerá a 31 de Maio. De manhã, a agência de informação tinha já avançado que as obrigações - que têm uma maturidade a cinco anos, ou seja, com devolução marcada para 2022 - têm um "preço de emissão de 99,386% e uma taxa de juro de 0,75%, ao ano, o que consubstancia um ‘spread’ de 65 pontos base, ao ano, sobre a taxa de swaps de 5 anos". De manhã, a Bloomberg revelava que as orientações iniciais para a emissão destas obrigações, que serão admitidas à negociação na bolsa irlandesa, apontavam para um prémio de 75 pontos base face à taxa de mercado.

 

Esta nova emissão, promovida com a "liderança conjunta do Millennium bcp, Mediobanca, Natixis, Natwest, Unicredit e SocGen", é concretizada pouco antes da maturidade de uma outra operação em torno de obrigações hipotecárias, emitidas em Junho de 2007 e que venciam nesta altura. Essa emissão de 1,5 mil milhões de euros tinha uma taxa associada de 4,75%, o que abre aqui, com a subscrição, a margem para uma poupança de juros pagos pela instituição financeira.


As obrigações hipotecárias são títulos de dívida que têm como garantia carteiras de crédito à habitação, que revertem para os detentores desses títulos caso exista algum incumprimento. E é um dos instrumentos que o Banco Central Europeu compra ao abrigo do programa alargado de compra de activos.

 

Este tipo de títulos tem menos risco que as obrigações sem garantias, o que se reflecte nos "ratings" e nos custos das emissões. Por exemplo, os títulos hipotecários que estão a ser emitidos pelo BCP têm "ratings" de grau de investimento. A Moody’s tem uma notação de A3 para estes títulos, a DBRS de A e a Fitch de BBB+, segundo a Bloomberg. 

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