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Inspecções aos grandes clientes da banca impuseram imparidades de 1.003 milhões
As inspecções do Banco de Portugal a 12 grandes clientes bancários levaram os 8 maiores bancos portugueses a registar imparidades adicionais de 1.003 milhões de euros. Três quartos deste montante dizem respeito ao impacto deste exercício no ESFG e BES. As avaliações à banca resultaram no registo de imparidades totais de quase 4.000 milhões.
A avaliação do Banco de Portugal a 12 grupos empresariais que estão na lista dos maiores clientes da banca levou os oito maiores grupos financeiros nacionais a registar imparidades e provisões adicionais de 1.003 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira, 28 de Março, pela entidade de supervisão liderada por Carlos Costa. Deste montante, quase três quartos foi assumido pelo Espírito Santo Financial Group e pelo BES, que em conjunto contabilizaram imparidades e provisões de 728 milhões de euros.
O valor das necessidades de imparidades e provisões identificadas pelo segundo exercício transversal de revisão das imparidades das carteiras de crédito (ETRICC) está já “reflectido nas contas das instituições, destina-se a assegurar uma adequada cobertura de riscos relativamente aos grupos económicos abrangidos. O exercício confirmou, em relação a 30 de Setembro de 2013, a solidez do sistema bancário nacional”, sublinha o comunicado do Banco de Portugal (BdP).
O universo ESFG/BES foi responsável pela maior parte das necessidades de provisionamento detectadas no âmbito do ETRICC 2. A “holding” que controla o BES teve de registar uma provisão de 700 milhões de euros para riscos associados à exposição directa e indirecta à área não financeira do Grupo Espírito Santo. Por seu turno, o BES já tinha registado imparidades de 28 milhões de euros na sequência desta avaliação do BdP.
O esforço imposto ao universo ESFG/BES deveu-se, sobretudo, à avaliação que o Banco de Portugal fez à Espírito Santo International. Entre os 12 clientes bancários que o supervisor passou a pente fino estão grupos de comunicação social (Prisa/Media Capital, Impresa, Controlinveste e Ongoing), empresas de construção (Soares da Costa, Sacyr e Lena), promoção turística (Promovalor), indústria (Artland), engenharia (Efacec) e “holdings” com vários interesses (Grupo SGC e Espírito Santo International).
O ETRICC 2 “conclui um ciclo de acções transversais de inspecção desenvolvidas pelo Banco de Portugal desde 2011 e que contribuíram para tornar o sistema bancário português mais resiliente”, refere a nota do supervisor. No total, estas avaliações obrigaram os oito maiores bancos nacionais – CGD, BCP, ESFG/BES, BPI, Santander Totta, Banif, Crédito Agrícola, Montepio a um reforço de imparidades adicionais de 3.829 milhões de euros.
(Notícia actualizada às 17h30 com mais informação)