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i: Banco de Portugal cedeu a Ricardo Salgado

A troca de correspondência entre o Banco de Portugal e Ricardo Salgado, divulgada esta quinta-feira pelo i, dá conta que o regulador recuou face a um plano inicial para evitar os riscos de exposição do Banco Espírito Santo à dívida da Espírito Santo Internacional.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 16 de Outubro de 2014 às 13:01
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A investigação faz manchete na edição desta quinta-feira, 16 de Outubro, do i. O jornal cita correspondência trocada em Dezembro entre o Banco de Portugal e Ricardo Salgado.

 

A 3 de Dezembro do ano passado, o regulador alertou para os riscos de insolvência da Espírito Santo Internacional (ESI). A entidade dizia-se surpreendida com o "inusitado acréscimo" do passivo financeiro da ESI. Tendo em conta a dimensão da dívida, a exposição do BES a este cenário surgia como o principal motivo para o contacto.

 

A carta, assinada pelo vice-governador do Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves, dava até 31 de Dezembro (um total de 27 dias) para que Salgado pudesse resolver os problemas do grupo não financeiro, de modo a isolar o BES dos riscos associados àquele descontrolo nas contas da ESI.

 

A constituição de uma conta bancária com montante equivalente à dívida emitida pela ESI junto de clientes do BES, com um montante de cerca de 1.700 milhões de euros era uma das exigências.

 

Segundo o i, Ricardo Salgado protestou junto do Banco de Portugal, considerando a carta "inexequível". O Banco de Portugal acabou por recuar pouco tempo depois, com uma nova carta.

 

No documento, o regulador apresentou um novo plano de acção diluído no tempo e mais próximo da proposta do Grupo Espírito Santo: por exemplo, a linha de crédito passou a ser de 750 milhões de euros com a garantia das acções da Espírito Santo Finantial Group. Algumas exigências ficaram mesmo por concretizar, refere o jornal.

 

Apesar deste contexto, o Banco de Portugal nega ao i "qualquer redução no grau de exigência do supervisor". Em Março, e perante o incumprimento, o regulador obrigou a constituir uma provisão de 700 milhões de euros para cobrir o risco de não pagamento da dívida que tinha sido emitida na rede de retalho do BES. É com base nessa provisão que o Banco de Portugal sustenta não ter reduzido as exigências impostas ao Grupo Espírito Santo, defende o diário.

 

O Banco de Portugal sempre assumiu ter conhecimento dos problemas na ESI desde início de Dezembro. A 3 de Dezembro, como comprova o i, o regulador já conhecia a dimensão do problema cujos valores foram apenas tornados públicos em Maio: uma dívida total de 6,3 mil milhões e um buraco de 1,3 mil milhões de euros.

 

Numa carta assinada por Ricardo Salgado e outros três representantes da família Espírito Santo, estes mostravam-se "conscientes da preocupação" expressa pelo regulador e manifestaram um "total compromisso e comprometimento na procura de uma solução". Pediam apenas tempo, recorda o i.

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