Notícia
Grupo Montepio com prejuízos de 145 milhões de euros em 2014
As contas consolidadas da Associação Mutualista Montepio Geral, que agregam a caixa económica e as outras participadas, continuam no negativo. Ainda assim, melhoraram face aos 336 milhões de 2013. As contas foram divulgadas após as eleições na organização.
O grupo Montepio obteve prejuízos de 145 milhões de euros no ano passado. Este é o resultado líquido negativo apurado pela Associação Mutualista, consolidando as contas de todas as suas participadas, nomeadamente a Caixa Económica Montepio Geral.
Foram 145 milhões de euros de prejuízos em 2014 o que, para o grupo cujo presidente António Tomás Correia foi reeleito, é uma "evolução positiva face a 2013", período em que foi registado um prejuízo de 336 milhões de euros.
As contas de 2014 foram divulgadas a 14 de Dezembro no site do grupo, dia em que foi marcada a assembleia-geral para 29 de Dezembro, pelas 20:00, onde será votado o relatório e contas consolidado.
Para este resultado negativo contou, em grande medida, a Caixa Económica, agora sob o comando de José Félix Morgado, que apresentou perdas na ordem dos 187 milhões de euros no ano passado.
Segundo o grupo, o resultado "espelha os efeitos do difícil contexto sobre o nível e as condições da actividade, que traduziram um acentuado e extraordinário esforço prudencial, manifesto no reforço das imparidades e provisões, com impacto no desempenho global".
O dinheiro reservado para imparidades e provisões disparou 68% para 686 milhões de euros no ano passado. Na actividade consolidada, o produto da actividade da Associação Mutualista subiu 40,1% para 2,1 mil milhões de euros em 2014, com os custos operacionais a aumentarem também 5% para 1,6 mil milhões.
Além da Caixa Económica, os resultados consolidados do Montepio incorporam os seguros da Lusitânia (com prejuízo de 9,2 milhões de euros), a gestão de activos (lucro de 1,2 milhões de euros) e as residências Montepio (com lucro de 264 mil euros).
Os números consolidados da Associação Mutualista Montepio Geral foram revelados após as eleições para a sua presidência. António Tomás Correia manteve-se no cargo até 2018, obtendo 58,7% dos votos. Um dos pontos que foi discutido durante a campanha foi o facto de não terem sido revelados os números consolidados antes do sufrágio. Só depois de Tomás Correia ser reeleito é que se conheceram os prejuízos consolidados de 145 milhões de euros. Até aqui, só se conhecia o resultado individual da Associação Mutualista (lucro de 41 milhões de euros). O valor individual não inclui as contas da Caixa Económica nem das participadas como a seguradora Lusitânia.
(Notícia rectificada às 20h28: prejuízo de 2013 estava incorrectamente inscrito no segundo parágrafo. O real valor foi um prejuízo de 336 milhões de euros, como escrito na entrada).