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Goldman Sachs despede veterana durante licença de maternidade

Instituições de elite americanas têm políticas mais generosas para fomentar a maternidade para atrair profissionais. Mas muitas mulheres receiam gozá-la.

A desregulamentação será outra das bandeiras da administração Trump e já está em marcha. O novo Presidente assinou já uma ordem executiva que obriga a eliminar dois regulamentos por cada um novo que for criado. O magnata do imobiliário, que conta com vários antigos responsáveis da Goldman Sachs na sua equipa, pretende também diminuir a carga regulatória imposta sobre os bancos, rompendo com a tendência de maior exigência e controlo definida após a crise financeira de 2008. O presidente do BCE, Mario Draghi, foi um dos que veio condenar esta intenção.
reuters
24 de Novembro de 2018 às 20:00
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Há dois anos, Tania Mirchandani, uma vice-presidente do Goldman Sachs Group em Los Angeles, contou ao chefe que estava grávida do seu terceiro filho. Ele não acreditou que ela conseguisse equilibrar uma família grande e o seu emprego exigente, recorda Mirchandani. São "muitas bocas para alimentar", disse-lhe o chefe.

 

Mirchandani, que estava há 15 anos no Goldman Sachs, pensou que se havia alguém capaz de entender o seu dilema, esse alguém seria o seu supervisor. John Mallory, que na altura era sócio do Goldman e uma estrela em ascensão que dirigia as operações de gestão de património para a costa oeste dos EUA, tinha quatro filhos.

 

Em Outubro de 2016, semanas antes da data marcada para o seu regresso, Mallory ligou a Mirchandani com uma má notícia: ela tinha perdido o emprego. "Estou de licença de maternidade, John", lembra Mirchandani de lhe ter dito enquanto tentava conter as lágrimas.

 

Mirchandani detalhou a sua demissão em 2017, numa queixa por discriminação de género contra o Goldman – documento que só foi divulgado recentemente, com um pedido de registos públicos feito ao Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia.

 

Mallory encaminhou perguntas para o Goldman, que negou qualquer tendenciosidade na demissão de Mirchandani. O porta-voz Michael DuVally disse que Mirchandani foi demitida "por razões de planeamento empresarial estratégico" que não tiveram nenhuma relação com a gravidez nem com a licença de maternidade. Como parte de uma análise da divisão de gestão de património privado da empresa, gerentes do sexo masculino também perderam o emprego, salientou o responsável do Goldman.

 

"O Goldman Sachs tem o compromisso de prestar apoio aos funcionários que tiveram filhos e leva as suas obrigações e as leis correspondentes muito a sério", disse DuVally por e-mail.

 

Na sua queixa e na entrevista à Bloomberg, Mirchandani alegou ter sido demitida por tirar os quatro meses de licença remunerada do Goldman. Num processo de arbitragem ainda pendente na Autoridade Reguladora do Sector Financeiro, Mirchandani exige uma indemnização superior a 1,5 milhões de dólares.

 

A disputa reflecte uma tensão nas empresas dos EUA, especialmente em Wall Street. O Goldman e outras instituições de elite fomentam políticas mais generosas com as famílias como parte de iniciativas amplamente divulgadas em prol da diversidade, que são consideradas essenciais para atrair profissionais.

 

No entanto, apesar dessas iniciativas, apenas 250.000 mulheres tiram a licença de maternidade remunerada por mês, nível que se mantém praticamente inalterado desde a década de 1990, segundo um estudo de 2017 de Jay Zagorsky, professor da faculdade de Administração da Universidade de Boston. Este número pode indicar que as mulheres evitam tirar licença pelo receio de prejudicar a sua carreira, realçou o professor. As empresas dos EUA continuam a enfrentar milhares de processos por discriminação por gravidez a cada ano, segundo dados do governo federal.

 

Quando Mallory ligou a demitir Mirchandani em 2016, fez alusão a problemas que tinha tido com o desempenho dela, embora não tenham sido dadas advertências prévias, afirmou Mirchandani em entrevista. Mas Mirchandani diz ter sido a única pessoa demitida no escritório de Los Angeles e diz que ela sabe de assessores do sexo masculino que não perderam o emprego apesar de terem tido um desempenho pior que o dela.

 

O Goldman "nega que Mirchandani tenha sido demitida por qualquer outro motivo além do planeamento empresarial", afirmou DuVally.

 

Há dois anos, Tania Mirchandani, uma vice-presidente do Goldman Sachs Group em Los Angeles, contou ao chefe que estava grávida do seu terceiro filho. Ele não acreditou que ela conseguisse equilibrar uma família grande e o seu emprego exigente, recorda Mirchandani. São "muitas bocas para alimentar", disse-lhe o chefe.

 

Mirchandani, que estava há 15 anos no Goldman Sachs, pensou que se havia alguém capaz de entender o seu dilema, esse alguém seria o seu supervisor. John Mallory, que na altura era sócio do Goldman e uma estrela em ascensão que dirigia as operações de gestão de património para a costa oeste dos EUA, tinha quatro filhos.

 

Em Outubro de 2016, semanas antes da data marcada para o seu regresso, Mallory ligou a Mirchandani com uma má notícia: ela tinha perdido o emprego. "Estou de licença de maternidade, John", lembra Mirchandani de lhe ter dito enquanto tentava conter as lágrimas.

 

Mirchandani detalhou a sua demissão em 2017, numa queixa por discriminação de género contra o Goldman – documento que só foi divulgado recentemente, com um pedido de registos públicos feito ao Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia.

 

Mallory encaminhou perguntas para o Goldman, que negou qualquer tendenciosidade na demissão de Mirchandani. O porta-voz Michael DuVally disse que Mirchandani foi demitida "por razões de planeamento empresarial estratégico" que não tiveram nenhuma relação com a gravidez nem com a licença de maternidade. Como parte de uma análise da divisão de gestão de património privado da empresa, gerentes do sexo masculino também perderam o emprego, salientou o responsável do Goldman.

 

"O Goldman Sachs tem o compromisso de prestar apoio aos funcionários que tiveram filhos e leva as suas obrigações e as leis correspondentes muito a sério", disse DuVally por e-mail.

 

Na sua queixa e na entrevista à Bloomberg, Mirchandani alegou ter sido demitida por tirar os quatro meses de licença remunerada do Goldman. Num processo de arbitragem ainda pendente na Autoridade Reguladora do Sector Financeiro, Mirchandani exige uma indemnização superior a 1,5 milhões de dólares.

 

A disputa reflecte uma tensão nas empresas dos EUA, especialmente em Wall Street. O Goldman e outras instituições de elite fomentam políticas mais generosas com as famílias como parte de iniciativas amplamente divulgadas em prol da diversidade, que são consideradas essenciais para atrair profissionais.

 

No entanto, apesar dessas iniciativas, apenas 250.000 mulheres tiram a licença de maternidade remunerada por mês, nível que se mantém praticamente inalterado desde a década de 1990, segundo um estudo de 2017 de Jay Zagorsky, professor da faculdade de Administração da Universidade de Boston. Este número pode indicar que as mulheres evitam tirar licença pelo receio de prejudicar a sua carreira, realçou o professor. As empresas dos EUA continuam a enfrentar milhares de processos por discriminação por gravidez a cada ano, segundo dados do governo federal.

 

Quando Mallory ligou a demitir Mirchandani em 2016, fez alusão a problemas que tinha tido com o desempenho dela, embora não tenham sido dadas advertências prévias, afirmou Mirchandani em entrevista. Mas Mirchandani diz ter sido a única pessoa demitida no escritório de Los Angeles e diz que ela sabe de assessores do sexo masculino que não perderam o emprego apesar de terem tido um desempenho pior que o dela.

 

O Goldman "nega que Mirchandani tenha sido demitida por qualquer outro motivo além do planeamento empresarial", afirmou DuVally.

 

(Texto original: Goldman Executive Dismissed 15-Year Veteran on Maternity Leave)

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