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Gestão dos activos tóxicos do BPN deixa sede do BIC
A mudança das sociedades Parvalorem, Parups e Parparticipadas no edifício na Av. António Augusto Aguiar vai significar poupanças de 2,8 milhões de euros no período de vida do arrendamento.
Ao que o Negócios apurou, a nova renda significa uma poupança, durante o tempo do contrato (cujo período não é especificado), de 2,8 milhões de euros. Essa é pelo menos a indicação numa circular que foi distribuída pelos trabalhadores, quando foi anunciada a mudança de instalações.
"No âmbito da política de reestruturação e redução de custos que tem vindo a ser implementada a Parvalorem irá, em 2016, alterar a sua sede social, deixando as instalações da Avenida António Augusto de Aguiar que passarão a ser ocupadas na íntegra pelo Banco BIC, seu actual proprietário", indica o referido documento, a que o Negócios teve acesso.
A nova morada (Edifício Monumental, Av. Fontes Pereira de Melo, nº 51 – Piso 5, Fracção F) foi oficializada esta sexta-feira, 11 de Março, em comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, onde as três sociedades anunciam a mudança de sede. O edifício é privado dado que, segundo o comunicado aos trabalhadores, "na consulta efectuada para esta mudança foram equacionadas, sem sucesso, todas as possibilidades de arrendamento de instalações no universo das sociedades Pars e do Estado".
Até aqui, a sede era no Banco BIC, que comprou o BPN por 40 milhões de euros, em 2012. As sociedades ficaram com os activos que o banco não quis comprar.
Não se sabe qual o período de vida do novo contrato de arrendamento mas o objectivo destas sociedades é terminarem as suas funções o mais rapidamente possível com os menores custos para o Estado. A poupança de 2,8 milhões de euros no contrato compara com os mais de 2.000 milhões de euros de capitais próprios negativos que as três sociedades apresentavam em 2015 (a acrescer aos quase 3.000 milhões de prejuízos estatais já concretizados).
Aliás, a Parparticipadas, que recebeu as participações sociais em várias empresas como o Efisa e o BPN Brasil, até estava a caminhar para a sua liquidação, mas o facto de o Banco Central do Brasil ter rejeitado a venda daquela entidade no Brasil ao BIC Angola (por ter uma estrutura accionista que não agrega todas as instituições com a marca BIC) obriga a que continue em funcionamento. A Parvalorem e a Parups ficaram com créditos considerados tóxicos do antigo BPN.