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FT: Luta pelo Novo Banco está entre chineses
O Financial Times afirma que há margem para uma aquisição com um preço superior a 4 mil milhões de euros. O Económico escreve que a banca terá 20 anos para pagar o prejuízo resultante da operação.
Há cinco candidatos ao Novo Banco mas a disputa está, segundo avança o Financial Times esta segunda-feira, entre os dois grupos chineses. Anbang e Fosun têm a capacidade financeira para avançar com uma oferta que poderá superar os 4 mil milhões de euros, de acordo com a mesma publicação.
O FT cita várias fontes próximas do processo, avançando que são estes os candidatos que têm possibilidade de fazer ofertas mais elevadas. Ao confirmar-se um valor em torno de 4 mil milhões, esta será a maior compra de sempre de um banco europeu por um grupo chinês.
Ainda se está na fase de apresentação de propostas vinculativas, processo que tem data marcada até ao final de Junho. Depois, será anunciado o vencedor, que, de acordo com o FT, será um dos dois candidatos chineses. Além da Fosun e da Anbang, estão na corrida pelo herdeiro dos activos e passivos considerados saudáveis do Banco Espírito Santo o Santander e os fundos Apollo e Cerberus.
Neste momento, os compradores estão na fase de "due dilligence", em que podem ter contactos próximos com o banco, de forma a conhecer toda a sua realidade.
No processo de venda iniciado em Dezembro passado, e assessorado pelo BPN Paribas, só há uma forma de não haver perdas: uma compra por 4,9 mil milhões de euros. Foi este o valor da capitalização do fundo de resolução da banca, para que pudesse ser accionista do Novo Banco.
Deste montante, 3,9 mil milhões de euros foram injectados pelo Tesouro estatal, sendo o restante o valor resultante das contribuições pagas pelos bancos e de um empréstimo promovido pelas instituições financeiras.
20 anos para pagar défice na venda
O Diário Económico escreve esta segunda-feira que o cenário assumido pelos bancos nacionais será o de que há efectivamente espaço para uma aquisição com um encaixe superior a 4 mil milhões de euros. A acontecer, a venda do Novo Banco poderá ter perdas.
Os bancos, que são os accionistas do Novo Banco, terão de pagar a diferença entre os 4,9 mil milhões e o valor da compra. O que poderá ser feito com alguma diluição, no tempo, como é admitido desde o arranque do processo: o Económico escreve que o prazo poderá chegar aos 20 anos.
Com uma compra por 4 mil milhões, há margem para liquidar logo o empréstimo estatal, cujo impacto no défice continua desconhecido.