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Fraudes com transferências bancárias crescem desde 2021

Para diminuir a ocorrência de burlas, o Banco de Portugal quer avançar com medidas como o utilizador passar a ver o nome do beneficiário antes do pagamento ser feito ou fazer transferências através do número de telemóvel.

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Mariana Ferreira Azevedo 02 de Maio de 2024 às 22:12

Os níveis de fraude nos pagamentos e transferências eletrónicas mantiveram-se em níveis muito reduzidos no primeiro semestre de 2023. Ainda assim, no caso das transferências a tendência é de subida.

“Entre o primeiro semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2023 registou-se um decréscimo na taxa de fraude dos cartões de pagamento e um aumento na taxa de fraude das transferências”, indica o Banco de Portugal no Relatório dos Sistemas de Pagamentos, divulgado esta quinta-feira.

Segundo o mesmo documento, relativamente às transferências há seis fraudes por cada milhão de operações, face a três fraudes em 2021. Já em relação aos débitos diretos há duas fraudes por cada milhão de operações (o mesmo que em 2021) e no caso dos cartões de pagamento houve 155 operações fraudulentas por cada milhão de operações, face a 230 em 2021.

“As fraudes mais comuns resultaram da utilização de mecanismos de engenharia social para obter as credenciais de segurança dos utilizadores, permitindo, assim, aos infratores iniciar operações de pagamento em nome dos verdadeiros titulares”, refere o relatório.

Neste contexto, o Banco de Portugal quer disponibilizar serviços que permitam uma maior segurança do utilizador. Por um lado, vai permitir aos utilizadores confirmarem o nome do beneficiário antes que o pagamento seja efetuado. Por outro lado, o supervisor da banca também quer implementar um instrumento que possibilite aos utilizadores fazerem transferências através do número de telemóvel da pessoa a quem se destina o montante, ou seja, um serviço semelhante ao MB Way.

O objetivo é mitigar o mais possível as burlas, que, durante o primeiro semestre do ano passado resultaram em cinco milhões de euros em perdas, associadas a fraude com cartões e transferências a crédito.

No caso das transferências, 83,5% das perdas foram suportadas pelos próprios utilizadores porque “existiu partilha de credenciais de segurança, elementos pessoais ou o ordenante emitiu a transferência com a devida autenticação”, aponta o relatório.

A implementação destas medidas vem numa altura em que os portugueses estão cada vez mais adeptos de métodos de pagamento eletrónicos, o que os torna alvos neste tipo de crimes. “A tecnologia ‘contactless’, os pagamentos online e as transações através de aplicações móveis estão cada vez mais presentes no dia a dia dos portugueses”.

Em 2023 foram processados, em média, 11,6 milhões de pagamentos de retalho por dia (uma subida de 13,7%, em relação a 10,2 milhões em 2022), no valor de 2 mil milhões de euros (um aumento de 11,1%, comparando com os 1,8 mil milhões no ano anterior), segundo os dados do banco central português.

Em termos de quantidade, em 2023, voltaram a ser as transações com cartões as que mais cresceram, sendo que 88,9% de todos os pagamentos foram efetuados com cartão, e destes, mais de metade foram feitos com recurso a “contactless” (53%). 

 

5.000
perdas com fraudes
No primeiro semestre de 2023, foram registados cinco mil milhões de euros em perdas por fraudes com cartões e transferências a crédito.

 

 

83,5%
lesados
De todas as fraudes registadas em transferências, 83,5% das perdas foram suportadas pelos próprios utilizadores.

 

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