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Fintech querem usar tecnologia para responder a desafios, da mobilidade à inclusão

O ecossistema de startups continua a crescer em Portugal - só no ano passado, existiam mais de duas mil startups no país, estima a IDC. E, olhando especificamente para a área das fintech, há quem esteja a trabalhar para facilitar os pagamentos na área da mobilidade ou a tornar o comércio local mais rico em dados.

Jonas Leupe/Unsplash
23 de Novembro de 2021 às 14:15
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Em 2020, Portugal tinha 2.159 startups, segundo o relatório dedicado ao ecossistema, levado a cabo pela consultora IDC. Conforme nota Gabriel Coimbra, o responsável da IDC em Portugal, a "maioria das startups trabalha num modelo B2B, focadas em desenvolver soluções com outras empresas".

Pelas contas da IDC, os investimentos feitos em startups em Portugal no ano passado ascenderam a 434,5 milhões de euros, em números onde estão contabilizados não apenas a área de "venture capital" mas também outras formas de financiamento, explica este responsável, numa apresentação à imprensa feita durante uma iniciativa da Mastercard.

Além da apresentação deste estudo, que revela que 20% das startups nacionais considera que são necessárias melhorias em Portugal para alavancar o setor, foi assegurada uma mesa redonda com três "players" da área: a Ubirider, a fintech Nickel e ainda a Izicap.

A portuguesa Ubirider, responsável pela aplicação Pick, que recentemente tornou possível os carregamentos dos títulos mensais Navegante, pretende responder ao desafio da mobilidade. A empresa permite que, através de uma aplicação, seja possível comprar diretamente títulos em alguns operadores de transporte ou planear a viagem. "Há muitas startups que já se focam em melhorar experiência dos utilizadores e outras que se focam em resolver os problemas dos operadores. Trabalhamos nos dois lados da equação", explica Paulo Ferreira dos Santos, CEO da Ubirider.

E, de acordo com este responsável, ao tornar a questão da mobilidade mais digital, é possível que os operadores possam "sentir um impacto nos custos, particularmente na questão da bilhética", refere.

Só no primeiro mês em que foi disponível carregar o passe mensal Navegante através do telefone, a empresa contabilizou "8 mil carregamentos", algo que ultrapassou as expectativas. "Esperava 3 mil carregamentos", diz Paulo Ferreira dos Santos. 

Já a Izicap está a trabalhar com o comércio local, que enfrentou uma séria crise devido à pandemia. O serviço criado pela empresa, que integrou o programa de startups Start Path da Mastercard, "transforma um cartão de pagamento em cartão de fidelização e cada transação numa forma de trabalhar informação", explica Miguel Mateus, co-fundador e COO da empresa.

"Estamos a ajudar o ressurgimento do comércio local", contextualiza este responsável. A empresa nasceu em França, onde está concentrado o maior número de clientes, de um total de 1,5 milhões.

"As transações de pagamentos são muito ricas em informação", explica este responsável, que destaca que os pagamentos permitem ao comércio local perceber quantas vezes é que determinado cliente passa numa loja. "Tornamo-nos no departamento de marketing deles", refere Miguel Mateus, que salienta que neste processo é apenas necessário que o cliente introduza o número de telefone quando faz um pagamento.

"Quem não se reinventar não vai sobreviver"
João Guerra é o CEO da Nickel para Portugal, a fintech do grupo BNP Paribas. A empresa, nascida em França e que funcionará como uma conta de pagamentos, tem chegada marcada a Portugal no primeiro trimestre de 2022. 

Para João Guerra, o tema da inclusão é fulcral para a área dos serviços financeiros. E, conforme avisa, os "players" têm de saber responder e ter "consciência das alterações que estão a acontecer no mundo". "Quem não perceber isso e não se reinventar não vai sobreviver".

Sobre a entrada no mercado português, o responsável da Nickel em Portugal sublinha que "está tudo "on time" para o lançamento".

A empresa permitirá abrir uma conta apenas com um passaporte, em espaços como tabacarias ou pequenas lojas de proximidade. Para tal, a empresa firmou no verão uma parceria com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).
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