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Financiamento do BEI em Portugal cai 68% face ao ano anterior

O braço financeiro da União Europeia concedeu menos dinheiro a projetos portugueses no ano passado. Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, recorda que o ano anterior tinha sido excecional.

João Cortesão
16 de Fevereiro de 2023 às 11:46
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Depois de ter atingido um financiamento recorde em Portugal em 2021, muito marcado por apoios relacionados com a pandemia, no ano passado houve "um regresso à normalidade", afirmou Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, em conferência de imprensa. O braço financeiro da União Europeia financiou projetos no valor de 1,7 mil milhões de euros, uma redução de 67,9% face aos 5,3 mil milhões de euros do ano anterior.

O Grupo BEI, que envolve o banco e o Fundo Europeu de Investimento — especializada em gestão de garantias e capital de risco para PME — apoiou 29 projetos e acordos no país, mais dois do que em 2021.

O valor concedido no ano passado fica ainda abaixo do valor concedido em 2020, de 2,3 mil milhões de euros, mas ligeiramente acima dos 1,6 mil milhões de 2019. 


Ainda assim, significa que Portugal está em sexto lugar entre os países que mais receberam apoios do BEI em percentagem da riqueza produzida no país. No total, representaram 0,7% do PIB.

O BEI sublinha ainda que os projetos portugueses receberam um total de 12 mil milhões de euros nos últimos cinco anos, o que coloca o país no top 10 dos beneficiários desses apoios.

"Apesar da situação económica mundial, Portugal beneficiou de um montante significativo do Grupo BEI em 2022", referiu Ricardo Mourinho Félix na conferência de imprensa de balanço da atividade da instituição, em Lisboa. "Este volume de financiamento demonstra bem o nosso compromisso para com a economia portuguesa", sublinhou o antigo secretário de Estado, acrescentando que "o BEI está fortemente empenhado no apoio à transição de Portugal para uma economia inovadora e neutra em carbono".

Por setores, 38% do dinheiro foi dedicado a projetos de energia (650 milhões de euros), outros 27% (470 milhões) para PME e empresas de média capitalização (as chamadas "midcap") e 22% para cidades e regiões sustentáveis (367 milhões).

Em destaque no ano passado estão os projetos Windfloat atkantic, em Viana do Castelo, melhorias no abastecimento de água, reabilitação urbana em Lisboa com construção de ciclovias, modernização de infraestruturas para prevenir cheias, tratamento de resíduos, entre vários outros.

A nível global, o grupo financiou projetos no valor de 65,1 mil milhões de euros, dos quais 9,1 mil milhões fora da UE. A maior parte desse montante — 72,5 mil milhões — foi concedido pelo banco e apenas 9,2 mil milhões pelo Fundo Europeu de Investimento.

Última atualização: 12h21
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