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Faria de Oliveira: Bancos portugueses estão atrasados na transformação digital

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, considerou esta terça-feira que os bancos portugueses estão atrasados na adaptação à nova era digital e que o sector tem de acelerar esse processo.

Miguel Baltazar
22 de Novembro de 2016 às 17:54
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"Começamos a ficar um bocadinho atrasados neste domínio", disse esta terça-feira, 22 de Novembro, Faria de Oliveira no debate O Futuro da Banca no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa.

 

Para o responsável máximo da associação que representa os principais bancos que operam em Portugal, as instituições têm neste momento "tantas preocupações", nomeadamente as crescentes exigências dos reguladores, reforçar capital e melhorar rentabilidade que estão a deixar para trás a necessidade de adaptarem os seus processos à transformação digital que está em curso.

 

As parcerias entre os bancos e as 'fintech' (empresas tecnológica de serviços financeiros), para que possam usufruir do conhecimento que estas produzem, e a melhoraria das ligações entre o sector bancários e as tecnologias da informação é para Fernando Faria de Oliveira fundamental para os bancos na adaptação à nova era digital.

 

"E esta evolução vai ser extraordinariamente rápida, não vai demorar sequer cinco anos", afirmou.

 

A adaptação dos bancos tradicionais ao desafio da era digital foi um tema de várias conferências na 'Web Summit', realizada no início do mês em Lisboa, uma vez que se considera que este é dos sectores em grande transformação.

 

Então, o presidente da empresa de pagamentos 'online' Currency Cloud disse à Lusa que os grandes bancos têm recebido todos a mesma informação, de que a próxima geração de serviços financeiros será baseada nos 'social media', focada no digital, com os consumidores com menos de 30 anos - os nativos digitais - a não quererem ir a agências físicas, comunicando com os bancos através de dispositivos móveis (como telemóvel ou 'tablet').

 

No entanto, avisou, são poucos aqueles que se estão a conseguir adaptar atempadamente, até pelo 'peso' das suas estruturas, referindo como 'bons exemplos' os espanhóis Santander e BBVA e o britânico Lloyds Bank, considerando que as 'fintech' continuarão a ganhar terreno.

 

O termo inglês 'fintech' resulta da junção das palavras 'financial' e 'technology' e é usado para designar empresas que criam inovações na área de serviços financeiros.

 

Em geral, estas empresas oferecem produtos simples, intuitivos e automatizam processos, levando o consumidor a não necessitar do banco como intermediário financeiro.

 

As 'fintech' têm poucas barreiras à entrada, facilitando a inovação, e o modelo de negócio tem custos reduzidos, assente em poucos trabalhadores, o que possibilita cobrar preços abaixo dos seus competidores tradicionais.

 

No caso da empresa de Mike Laven, Currency Cloud, esta cobra cerca de 0,5% nos pagamentos internacionais, enquanto bancos tradicionais podem cobrar entre 2 e 4%.

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