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Faltam 209 milhões de euros para terminar capitalização do Banif
A realização da terceira fase do processo de capitalização do Banif, anunciada na segunda-feira, reduziu para 209,3 milhões de euros o dinheiro que o banco ainda tem de arrecadar para completar o plano.
A terceira etapa do reforço de capitais a que o banco liderado por Jorge Tomé estava obrigado pelos reguladores corresponde à entrada de novos investidores de referência. Falou-se em 50 milhões de euros, mas a colocação foi de 40,7 milhões de euros.
"Com esta operação, o capital já subscrito e realizado por investidores privados no âmbito da segunda fase do processo de recapitalização do Banif ascende a 240,7 milhões de euros", resume a instituição financeira no comunicado emitido na segunda-feira através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Para trás, além da entrada de 40,7 milhões de euros, ficaram outros dois passos. Os accionistas de referência Rentipar, dos herdeiros do fundador Horácio Roque, e a Auto-Industrial, injectaram 100 milhões de euros, a que se seguiram os 100 milhões conseguidos com o aumento de capital aberto ao público.
O Banif acordou um plano de capitalização de 450 milhões de euros. Estando já concluído o aumento de capital na ordem dos 240,7 milhões de euros, ficam a faltar outros 209,3 milhões de euros. Pela frente, há uma operação de troca de obrigações subordinadas em acções e uma colocação internacional. A instituição financeira portuguesa está a negociar com um banco sul-americano esta colocação, conforme já noticiou o Negócios em Junho. O objectivo será o de estabelecer uma parceria com um investidor que, a prazo, assuma parte da participação que o Estado tem no banco, até aqui com cerca de 68% dos direitos de voto. O que terá de esperar é a conclusão do plano de reestruturação, ainda a ser negociado com a Comissão Europeia. O Banif tem de cumprir "remédios" que compensem a injecção de 1,1 mil milhões de euros pelo Estado. O banco conta ter esse plano definido em Outubro.
Os novos accionistas
A realização da terceira fase foi "colocada junto de um conjunto de investidores, predominantemente portugueses". A IP Holding, do empresário Ilídio Pinho, injectou 13 milhões de euros, a maior parcela. A fundação com o seu nome adquiriu 2 milhões de euros, perfazendo 15 milhões do investimento do fundador do grupo Colep. Outros empresários, como os madeirenses Avelino Farinha e Estêvão Neves, colocaram dinheiro no banco. Dionísio Pestana, da cadeia de hotéis com o seu apelido, também passa a integrar a estrutura do banco, tal como a brasileira IND.