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Everis Portugal fica responsável pela banca na Holanda

O sector bancário é a principal área de negócio da consultora Everis Portugal. O reconhecimento veio com a atribuição aos escritórios nacionais do mercado bancário na Holanda.

Inês Gomes Lourenço
23 de Outubro de 2017 às 22:00
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O principal cliente da Everis Portugal é o sector bancário. A dependência já foi de 90%. Hoje a banca pesa 40-45% do negócio. Uma porta que abriu um novo mercado. O negócio ligado à banca na Holanda vai ser responsabilidade da Everis Portugal. "Fizeram-nos o desafio [dentro do grupo] de ajudar a abrir mercado na Holanda na banca", avançou ao Negócios o presidente executivo da consultora, Miguel Teixeira.

"Vamos para lá porque temos soluções disruptivas". Está a ser implementada uma equipa local, mas a partir de Lisboa. Miguel Teixeira admite que chegará o dia em que o negócio de banca na Holanda terá a sua estrutura própria, mas para já a responsabilidade fica em Portugal. Miguel Teixeira não esconde que esta opção se deveu às competências existentes em Portugal, que, por outro lado, é um mercado limitado em dimensão.

E é assim uma porta que se abre como um dos pilares para o crescimento futuro da Everis Portugal, refere Miguel Teixeira, lembrando que a empresa nacional tem um negócio rentável e cresce todos os anos. Em 10 anos, o crescimento foi de nove vezes. "Nunca cresceu mais de 25%, mas nunca cresceu menos de 9%", números que Miguel Teixeira revela para dizer que o crescimento é feito com sustentabilidade e credibilidade. E em solidariedade com os restantes países.

O crescimento em Portugal vai, no entanto, assentar em mais três pilares. Miguel Teixeira assume que um dos caminhos a trilhar é o das oportunidades existentes no próprio mercado nacional. "Não somos número 1, e enquanto não formos número 1 temos espaço para crescer". Por isso, assume como primeiro objectivo trabalhar para Portugal, onde actualmente tem 500 pessoas (além das 100 que estão no que chama de centro de alto rendimento).

E com quatro centros de competência, ou seja, a Everis Portugal é em quatro áreas (Microsoft Sharepoint, segurança de tecnologias de informação, analitycs , e arquitectura Outsystems) a frente de batalha dentro do grupo com muitos projectos internacionais feitos por essas equipas de excelência.

Além destes centros de competência, a Everis Portugal também conquistou – a Espanha, Roménia e Marrocos – o que chama de centro de alto rendimento, que começou por trabalhar projectos internos da Everis e hoje já está a trabalhar para o accionista, a japonesa NTT Data, que comprou em 2013 a Everis, nascida em Espanha.

Em Portugal, tem neste momento 5 sócios. Miguel Teixeira admite que a Everis poderá chegar no país a ser uma empresa de 1.500 pessoas. "A partir daí é muito complicado", admite. Para já, com um quadro de pessoal de 500 pessoas a Everis Portugal tem com o negócio nacional um volume de 23 milhões de euros, e Miguel Teixeira garante que não colocam neste volume de negócios venda de produtos. É apenas prestação de serviços.

Centro de programação está a crescer

Em funcionamento desde Setembro de 2015, o centro de alto rendimento – como a Everis o designa – de Lisboa continua em crescimento. "De repente somos 100 [pessoas no centro]", diz Miguel Teixeira, em entrevista ao Negócios, não escondendo que "o objectivo é crescer".

Lisboa garantiu um centro de alto rendimento por iniciativa da Everis Portugal e hoje presta serviços de "nearshoring" (externalização para países próximos) para seis países da Europa.

Tudo começou com um concurso interno dentro grupo, ao qual concorreram, além de Portugal, Espanha, Marrocos e Roménia. A escolha recaiu em Portugal. "Fizemos o nosso trabalho", diz Miguel Teixeira, assumindo que a Everis Portugal não terá capacidade de ter um centro de mil ou duas mil pessoas. Mas a médio prazo acredita conseguir gerir um que tenha 400 a 500 pessoas.  No início, assume, não foi fácil, até porque não sentiu qualquer apoio público, quer nacional, quer local. E não era dinheiro que Miguel Teixeira procurava, mas de suporte a nível da infra-estrutura. "Nunca vimos um verdadeiro entusiasmo".

Mas Miguel Teixeira fala com orgulho num centro que trabalha, maioritariamente para fora de Portugal, na produção de código [para software]. Mas garante que não compete pelo preço. Além de que consegue, com esse centro, a tão falada reconversão de qualificações. É um centro que, aliás, até contribuiu para baixar a média de qualificações da Everis. Em Portugal 90% já foram licenciados, hoje andará por volta dos 86%. É que o centro permite empregar pessoas com o 12.º ano ou com formações em áreas distintas. Fazem testes psicotécnicos, entrevista e depois há uma formação mínima de dois meses antes de começar a produzir.

Ajudar a fazer 1 milhão 

A Everis Portugal tem um programa virado para as start-ups, o Linkup. "A Everis é uma empresa que empurra a trazerem ideias e implementá-las". Miguel Teixeira não tem dúvidas de que "as start-ups têm formas diferentes de fazer as coisas". É isso que o programa pretende, além de ser uma forma mais económica de testar disrupções. É verdade que existe o factor risco, mas Miguel Teixeira lembra que há um critério de selecção. Foram analisadas 300 start-ups e "estamos a trabalhar com 15". Os parceiros "sabem que fizemos o trabalho de casa".

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