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Eslovénia fecha dois bancos para tentar evitar mesmo destino de Chipre

A Eslovénia decidiu liquidar dois pequenos bancos, o Probanka e o Factor Banka, para evitar o mesmo destino de Chipre, que foi obrigado a pedir ajuda financeira depois de uma crise financeira, considerou o governador do banco central local.

07 de Setembro de 2013 às 19:50
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"Estas medidas foram tomadas para evitar uma possível corrida aos depósitos noutros bancos", disse Bostjan Jazbec numa conferência de imprensa em Lubliana, a capital da Eslovénia, acrescentando que o objectivo do banco central e do Governo é "evitar o cenário de Chipre".

 

Penalizado por empréstimos difíceis de cobrar, cujo valor ascende a 20% da economia eslovena, esta nação do Adriático, cujos bancos são, na sua maioria, públicos, esteve à beira de se juntar ao Chipre na declaração de incumprimento, em março, devido à retirada de ativos por parte dos investidores dos países considerados mais frágeis dentro da Zona Euro.

 

O Factor Banka, com sede na capital, e o Probanka, baseado na cidade de Maribor, têm um total de ativos de cerca de 2 mil milhões de euros, e vão sofrer uma liquidação controlada, acrescentou o governador do banco central na conversa com os jornalistas, citada pela Bloomberg.

 

As dificuldades destes bancos nos empréstimos explicam-se pelos cinco trimestres consecutivos de recessão, que empurrou as empresas sobre-endividadas para a bancarrota, e colocou os clientes particulares em grandes dificuldades.

 

Os custos de liquidação destes dois bancos vão ser suportados primeiro pelos accionistas, e a seguir pelos detentores de dívida subordinada do banco, afirmou o ministro das Finanças, Uros Cufer, na conferência de imprensa conjunta com o governador do banco central.

 

Ainda assim, acrescentou o governante, a Eslovénia vai emitir garantias estatais de mais de mil milhões de euros para que os dois bancos possam cumprir as obrigações para com os credores normais, ou seja, os pequenos e médios clientes.

 

Apesar de ter tido 'luz verde' da União Europeia, a emissão de garantias estatais está a ser criticada por colocar mais pressão nas finanças públicas e ir contra as regras europeias sobre como proceder em caso de liquidação de bancos.

 

Em declarações à Bloomberg, o director da Capital Genetics, uma consultora financeira sedeada em Lubliana, Andraz Grahek, considera que o apoio estatal é "chocante", porque é dado a dois pequenos bancos "que não são nem importantes nem sistémicos" e porque as perdas deviam ter sido suportadas pelos credores e pelos depositantes".

 

"Isto vai contra o conceito da união bancária e transfere um fardo para as finanças públicas de forma desnecessária", acrescentou o responsável, concluindo que a disponibilização de cerca de mil milhões de euros "é um erro e pode ter o efeito contrário, mostrando que há um estado de pânico".

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