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Escritórios da BlackRock na Alemanha alvo de buscas em investigação por fraude fiscal

A maior gestora de activos do mundo está debaixo de fogo na Alemanha e os seus escritórios em Munique foram esta terça-feira alvo de buscas no âmbito de uma mega investigação criminal em curso no país por suspeitas de fraude fiscal, noticia o Financial Times.

Bloomberg
07 de Novembro de 2018 às 10:19
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Uma grande investigação em curso na Alemanha, envolvendo suspeitas de fraude fiscal em vários bancos, chegou agora à maior gestora de activos do mundo, a americana BlackRock, cujos escritórios de Munique foram esta terça-feira alvo de buscas, noticia o Financial Times.

 

Em causa está um processo que já leva vários anos de investigação  e que tem a ver com transacções financeiras ocorridas entre 2007 e 2011. Bancos alemães exploraram uma lacuna na lei que permitiu que duas partes reivindicassem a propriedade das mesmas acções. Estes planos poderão ter custado ao Estado muitos milhões  de euros em impostos ao longo de vários anos, uma vez que a "dupla propriedade" permitia que ambas as partes reivindicassem benefícios fiscais.

 

A BlackRock já confirmou as buscas, que foram relatadas em primeira mão pelo tablóide alemão Bild, e o porta-voz da empresa, citado pelo FT, afirmou que o grupo está a "cooperar com os investigadores".

 

De acordo com o FT, a BlackRock não foi acusada de fraude fiscal e ela própria não é alvo da investigação criminal. Os investigadores criminais estão à procura de informações sobre movimentos com acções do gigante americano, que poderão ter estado envolvidas nos esquemas de fraude fiscal nos anos entre 2007 e 2011.

 

O FT lembra que as buscas ocorrem num momento em que o presidente da BlackRock na Alemanha, Friedrich Merz, está em campanha para suceder a Angela Merkel na liderança da União Democrata-Cristã (CDU), que vai a votos em Dezembro.

 

Merz entrou para a BlackRock em 2016 e foi uma das vozes que denunciou as transacções que estão agora a ser investigadas.

 

Ainda segundo o FT, o Ministério das Finanças da Alemanha detectou já 418 casos diferentes de suspeita de fraude fiscal envolvendo valores na ordem dos 5,7 mil milhões de euros.

 

No início deste ano, cinco ex-funcionários do HypoVereinsbank, subsidiária alemã da UniCredit da Itália, e um advogado foram acusados de fraude fiscal por valores de cem milhões de euros.  O HypoVereinsbank pagou um total de 19,8 milhões de euros em multas entre 2015 e 2017 e, no seu relatório anual garantiu que todas as investigações criminais relacionadas com as transacções investigadas tinham sido liquidadas.

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