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Dijsselbloem: Países devem ter as mesmas regras para liquidação de bancos
O presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças holandês defendeu hoje, em Bruxelas, que é "muito importante" que todos os países tenham as mesmas regras para os processos de liquidação de bancos em dificuldades.
"É muito importante que tenhamos as mesmas regras em todos os países, também o mesmo tipo de flexibilidade", afirmou aos jornalistas Jeroen Dijsselbloem, à entrada para a reunião de ministros das Finanças da União Europeia (UE) que tem como objectivo alcançar um acordo sobre as regras de liquidação de bancos.
Depois de uma maratona negocial que terminou sem um acordo já na madrugada de sábado, no Luxemburgo, os ministros europeus (Ecofin) voltam hoje a sentar-se à mesa das negociações para tentar ultrapassar as divergências e alcançar um compromisso.
À chegada à reunião de hoje na capital belga, o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, afirmou que já foram feitos "muitos progressos", mas disse esperar "outra longa noite" de negociações.
Os ministros das Finanças dos 27 já decidiram quem deverá pagar quando se tratar de financiar ou liquidar um banco e por que ordem, surgindo em primeiro lugar os accionistas e os depositantes com mais de 100 mil euros.
Os depósitos inferiores a este montante foram considerados "sagrados" pela UE, devendo assim ficar excluídos em caso de liquidação de um banco.
Na reunião de hoje, os ministros tentarão ultrapassar as divergências que opõem dois grupos de países.
De um lado, Estados-membros como a França e o Reino Unido, a par de Itália e da Suécia, querem poder beneficiar de uma certa flexibilidade. Paris deseja, por exemplo, poder proteger em alguns casos depositantes individuais e as Pequenas e Médias Empresas (PME).
Do outro, estão países como a Alemanha, a Holanda ou a Finlândia, que defendem regras mais estritas para evitar a incerteza que pode levar à fuga de investidores e depositantes.
Se alcançarem um acordo sobre o resgate e a liquidação de bancos, os ministros das Finanças terão dado um passo importante para a concretização da união bancária, apontada como a solução para evitar um novo contágio entre crise dos bancos e crise da dívida.
Portugal está representado na reunião de hoje pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar.