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Danske abre a porta de saída a 2.000 trabalhadores
Esta medida chega num momento em que o Danske continua a ver os seus custos a crescer, pressionado pelos mesmos fatores conjeturais das restantes instituições europeias, mas também devido ao escândalo de lavagem de dinheiro de que é protagonista.
O dinamarquês Danske Bank apresentou a 2.000 dos seus trabalhadores a hipótese de abandonar as funções na instituição. O objetivo destas rescisões voluntárias é cortar os custos, numa altura em que a banca europeia sofre a pressão da política de juros baixos implementada pelo banco central.
Os colaboradores têm até ao fim de janeiro para decidir se pretendem permanecer ou aceitar a proposta, afirmou o banco, em declarações por e-mail enviadas à Bloomberg.
Esta medida chega num momento em que o Danske continua a ver os seus custos a crescer, em grande parte devido ao escândalo de lavagem de dinheiro de que é protagonista. Em entrevista, a CEO da instituição na Suécia, Johanna Norberg, afirmou que "o pico" de investimento necessário para responder às exigências impostas pelo escândalo "ainda não foi atingido". Desde que Norberg subiu ao cargo de CEO, há cerca de um mês atrás, o Danske anunciou que ia suspender as contratações e rever "todos os custos" do grupo.
A União Europeia tem avançado com novos requerimentos com os quais espera conduzir as instituições bancárias a assegurar a prevenção de transações suspeitas. O Danske vê-se na mira de Bruxelas e das autoridades regulatórias depois de ter admitido falhas na deteção de um fluxo de 200 biliões de euros que circularam através da Estónia, uma quantia que é agora alvo de múltiplas investigações. Um caso que pode dar origem a multas pesadas, embora Norberg afirme que a instituição dinamarquesa dispõe de capital suficiente para lidar com "O que quer que aconteça".
O valor do Danske em bolsa já caiu quase 40% desde setembro de 2018, o mês em que o escândalo foi tornado público. Apesar disso, os rácios de capital do banco mantêm-se mais sólidos do que os da maioria dos pares.
Mas o Danske não é o único a optar por cortar os custos laborais. De acordo com o levantamento feito pela Bloomberg, os cortes nos postos de trabalho avançados pelas instituições até ao início do passado mês de dezembro já iam nos 73.400. É na Europa que estão planeados 86% destes despedimentos.
O italiano Unicredit vai dispensar 8000 funcionários. Mas foi da Alemanha que chegou a notícia do corte de maior dimensão: o Deutsche Bank quer encolher a força de trabalho na ordem dos 18.000 trabalhadores até 2022. Santander, Commerzbank e HSBC vão reduzir entre 4.000 a 5.400 colaboradores, na fasquia dos 3.000 estão o Barclays e o Alfa-Bank e KBC, Sóciété Général e Caixabank fecham a lista, com a pretensão de dispensar entre 2000 e 2.100 funcionários.