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Créditos em francos ditam quebra de 26% dos lucros do BCP na Polónia

O resultado líquido do BCP na Polónia foi penalizado pelas provisões para custos legais relacionados com os créditos concedidos em moeda estrangeira e com os custos associados à integração do Euro Bank.

Reuters
03 de Fevereiro de 2020 às 07:47
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Os custos da integração do Euro Bank e as provisões relacionadas com os créditos em francos suíços ditaram uma quebra dos lucros da unidade polaca do BCP.

Segundo revelou o banco esta segunda-feira, 3 de fevereiro, o Bank Millennium fechou o ano passado com lucros de 561 milhões de zlótis (130,6 milhões de euros), o que representa uma descida de 26% face a 2018.

A justificar esta descida estão os custos de 205 milhões de zlótis relacionados com a integração do Euro Bank e as provisões de 223 milhões de zlótis para custos legais associados aos empréstimos concedidos em moeda estrangeira, maioritariamente em francos suíços.

Excluindo estes itens extraordinários, os lucros do Bank Millennium aumentaram 17% em termos homólogos.

No que respeita ao quarto trimestre do ano, o resultado líquido totalizou 27 milhões de zlótis (6,3 milhões de euros), 274 milhões de zlótis (63,8 milhões de euros) excluindo itens não habituais.

Os proveitos operacionais aumentaram 27%, em termos homólogos, a margem financeira subiu 33% e os custos operacionais cresceram 36% (28%, excluindo o custos de integração).

A unidade polaca do BCP é uma das instituições financeiras do país que estão a reforçar as provisões para custos legais relacionados com os créditos hipotecários concedidos em moeda estrangeira, numa altura em que há cada vez mais clientes a colocarem processos na justiça contra a banca.

Em causa estão os milhares de contratos de crédito à habitação em francos suíços que os bancos polacos começaram a oferecer aos seus clientes no período da crise financeira de 2008, com juros mais de 50% abaixo dos cobrados nos empréstimos em zlótis, de forma a tirar partido das taxas de juro ultra-baixas da Suíça.

Em 2015, porém, a Suíça anunciou o fim da ligação entre o franco e o euro, levando o franco a disparar, numa altura em que o zlóti já estava em queda. Alguns empréstimos duplicaram o seu valor em zlótis, deixando os proprietários com dificuldades em pagar o crédito, e com uma dívida que, em muitos casos, excede largamente o valor dos imóveis.

 

Perante este cenário, milhares de proprietários avançaram para a justiça, afirmando que os contratos feitos com os bancos têm cláusulas abusivas e pedindo que se imponha aos bancos uma conversão dos empréstimos na moeda nacional.

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