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Como os bancos portugueses melhoraram os resultados em 10 gráficos

O BPI, o BCP e o Novo Banco assistiram a um crescimento da margem financeira no ano passado. Uma evolução positiva que se deveu sobretudo ao aumento do volume de crédito e que se registou apesar do cenário de baixas taxas de juro. 

Recursos crescem...

Recursos crescem...
O banco liderado por Miguel Maya registou um crescimento de 10,3% dos recursos totais no ano passado. BPI e Totta também registaram subidas significativas. No total, o aumento foi de perto de 6%.

... e crédito também

... e crédito também
O crédito bruto entre os cinco maiores bancos avançou perto de 0,7% em 2019, em comparação com o período homólogo. BPI, BCP e Novo Banco registaram subidas, enquanto a CGD e o Totta recuaram.

Rácio sobe no Novo Banco e BPI

Rácio sobe no Novo Banco e BPI
O rácio de transformação mede o equilíbrio entre crédito líquido e depósitos de clientes. No ano passado, o BPI e o Novo Banco foram os únicos a registar aumento neste indicador.

Produto bancário a melhorar

Produto bancário a melhorar
O produto bancário melhorou de forma generalizada nos cinco maiores bancos nacionais. O BPI foi o único que registou uma descida no ano passado.

Juros não travam margem

Juros não travam margem
Os bancos conseguiram aumentar a margem financeira em 4% em 2019, face ao período homólogo. Isto apesar de se manter um cenário de baixas taxas de juro.

Comissões mantêm subida

Comissões mantêm subida
As comissões líquidas cresceram perto de 2% no conjunto dos cinco maiores bancos. Foi o Santander Totta que registou o aumento mais expressivo neste período.

Custos aumentam

Custos aumentam
Os custos aumentaram em 2019, devido sobretudo ao BCP. O banco liderado por Miguel Maya registou um crescimento deste indicador devido à integração do Eurobank, na Polónia.

Reversão de imparidades

Reversão de imparidades
Alguns bancos já começam a sentir o impacto positivo da reversão de imparidades. É o caso da CGD e do BPI. Já o BCP conseguiu reduzir este montante no ano passado.

Resultados ainda limitados pelo NB

Resultados ainda limitados pelo NB
Os resultados dos bancos continuam a melhorar, tendo subido 133% entre 2018 e 2019. Os lucros podiam ter sido ainda maiores se não fosse o prejuízo do Novo Banco.

Bancos reforçam rácio de capital

Bancos reforçam rácio de capital
Quase todas as instituições financeiras registaram um aumento do rácio CET1 no ano passado. A exceção foi o BPI, cujo rácio passou de 13,8% para 13,4%.
14 de Março de 2020 às 15:00
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As baixas taxas de juro têm levado os bancos nacionais a alertarem para o impacto deste cenário na margem financeira. Mas os receios não se materializaram no ano passado para a maioria das instituições financeiras. A margem cresceu com a ajuda de um aumento do volume de crédito, num período marcado por uma melhoria dos resultados, assim como pelo reforço dos rácios de capital.

"Vamos ver uma banca europeia com muito menos rentabilidade", antecipou Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander Totta, no ano passado. "É muito difícil que os bancos continuem a aumentar a margem financeira com taxas negativas durante mais tempo", alertou, por outro lado, Pablo Forero, presidente executivo do BPI. Ainda assim, entre os cinco maiores bancos nacionais - CGD, BCP, BPI, Totta e Novo Banco - a margem financeira cresceu perto de 4% em 2019, em comparação com o período homólogo, de acordo com as contas do Negócios, com base nos resultados apresentados pelas instituições financeiras. As comissões líquidas também subiram 2%.

O crescimento da margem total contou com o contributo positivo do banco liderado por Pablo Forero: aumentou 3,2% face ao mesmo período do ano anterior, "apoiada pelo crescimento da carteira de crédito total", conforme explicou o BPI nas contas anuais, num período em que o crédito bruto cresceu mais de 4%.

CGD tem vindo a subir lucros

CGD tem vindo a subir lucros
O banco público foi o que apresentou, em 2019, os lucros mais expressivos, não tendo ainda chegado aos valores de 2007. Apresenta, por outro lado, um dos rácios de malparado mais elevados, só superado pelo do Novo Banco.

BCP corta custos e malparado

BCP corta custos e malparado
O BCP também estabilizou os resultados líquidos, mas ainda não chegou aos níveis de 2007. Conseguiu um corte significativo dos custos. Mas está, contudo, com uma baixa taxa de rendibilidade e um rácio de malparado elevado.

BPI é o que tem menos malparado

BPI é o que tem menos malparado
O BPI tem hoje o rácio de malparado mais baixo entre os maiores bancos, mas é também dos que apresentam das maiores estruturas de custos. Ainda assim, tem melhorado a rendibilidade.

Santander mantém-se estável

Santander mantém-se estável
O Santander (que, entretanto, integrou o Banif e o Popular) foi o mais estável dos bancos, sem nunca ter registado prejuízos. Tem também a maior rendibilidade e os menores custos.

BES ainda pesa no Novo banco

BES ainda pesa no Novo banco
Ainda sem conseguir livrar-se do legado do BES - os números de 2007 e 2008 referem-se a este banco cuja resolução aconteceu em 2014 -, o Novo Banco continua a dar prejuízos e a apresentar o rácio de malparado mais elevado.


BCP e Novo Banco puxam pela margem financeira

Também o Novo Banco - o que mais contribuiu para o aumento da margem financeira entre os maiores bancos - foi ajudado pelo crescimento do volume de crédito. A subida de 19% da margem do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES) é, explicou a entidade liderada por António Ramalho, "resultado do contributo positivo das medidas de otimização concretizadas durante o exercício de 2018, do aumento do volume de crédito e do continuado enfoque na política de preços".

Já o BCP registou um aumento da margem financeira de quase 9% em 2019, numa evolução que foi sobretudo determinada pela atividade internacional, nomeadamente pela subsidiária polaca. O crescimento da margem financeira na Polónia "resultou, por um lado, do forte crescimento orgânico e, por outro, da integração do negócio comercial do EuroBank", explicou o banco liderado por Miguel Maya.

Totta e CGD não escapam à pressão dos juros

O crescimento da margem não se registou, no entanto, em todos os bancos. Foi o caso do Santander Totta. O banco revelou uma descida de 1,2%, "refletindo o atual contexto económico e competitivo, caracterizado por uma elevada pressão concorrencial sobre os preços, num quadro de baixas taxas de juro e de procura moderada de crédito".

Na CGD, a queda foi ainda mais expressiva: menos 3% em comparação com o ano anterior. O banco público apontou igualmente para as taxas de juro baixas e para os "elevados reembolsos antecipados de crédito por parte de entidades públicas".

No total dos bancos, o crédito bruto cresceu 0,7% para um volume de 194 mil milhões, enquanto os depósitos registaram um aumento de perto de 5% para 212 mil milhões de euros no período em análise.

Melhoria nos resultados líquidos

O crescimento da margem financeira foi registado num período em que houve também uma melhoria dos resultados. Estes cresceram 133% em comparação com 2018, para 874 milhões de euros no total dos cinco bancos, com a Caixa a contribuir com um aumento de 57%.

Os lucros podiam ter sido mais elevados se não fosse o impacto negativo do Novo Banco: o banco liderado por António Ramalho continuou a ser o único no vermelho, com um prejuízo de 1.058,8 milhões de euros. Sem este banco, os lucros do setor teriam sido de 1.933 milhões, o que traduziria num crescimento de 8% em comparação com o período homólogo.

Já a instituição liderada por Pablo Forero foi a única a registar uma quebra: o resultado recuou mais de 30% devido, explicou o BPI, a impactos positivos não recorrentes verificados há dois anos e que não se repetiram no ano passado. A instituição financeira foi também a única a registar uma descida do rácio de capital CET1: passou de 13,8% para 13,4% em 2019.

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