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CEO e vice-presidente da Fosun demitem-se
Dois altos executivos do grupo chinês Fosun, dono de várias empresas em Portugal e accionista maioritário do Millenium BCP, anunciaram esta semana a sua demissão, na mesma altura em que a empresa apresentou lucros recorde.
Segundo uma nota enviada à bolsa de Hong Kong, Liang Xinjun, presidente executivo (CEO) do Fosun, demitiu-se por "motivos de saúde".
Liang, 48 anos, formado em engenharia genética, foi um dos quatro fundadores do Fosun, em 1992. É considerado um dos mais bem-sucedidos investidores chineses.
Em Agosto passado, numa entrevista à agência Bloomberg, o empresário anunciou os planos do Fosun de vender activos de 40 mil milhões de yuans (5,38 mil milhões de euros) para reduzir a sua dívida e melhorar os seus 'ratings'.
Já em 2015, num encontro com jornalistas portugueses na sede do Fosun, em Xangai, Liang afirmou que o seu grupo "quer ser melhor" e não propriamente "o maior".
Wang Qubin, outro dos fundadores do grupo, vai substituir Liang como CEO.
Também de saída da firma chinesa está Ding Guoqi, vice-presidente executivo, neste caso para "passar mais tempo com a família", segundo refere um outro comunicado.
O presidente do Fosun, Guo Guangchang, admitiu que as demissões vão ter efeitos na empresa.
"A partida de Ding Guoqi e Xinjun, em particular a de Xinjun, devido a motivos de saúde, vai ter impacto no Fosun a curto prazo", afirmou Guo, citado pela imprensa chinesa.
Em 2015, Liang assumiu temporariamente a estratégia de aquisições da empresa, durante o período em que Guo esteve detido pela polícia chinesa, para "participar de uma investigação".
As demissões surgem na mesma semana em que o conglomerado chinês declarou um aumento homólogo de 28%, nos lucros líquidos, em 2016, para 10,3 mil milhões de yuan (mais de 1,3 mil milhões de euros).
Em Portugal, o Fosun comprou a seguradora Fidelidade, por mil milhões de euros, e o grupo de prestação de cuidados de saúde Luz Saúde, por 478 milhões de euros.
o grupo chinês é também o maior accionista do banco Millenium BCP, o maior banco privado português, com uma participação social de 16,7%.
Nos últimos anos, o Fosun investiu mais de 15 mil milhões de dólares (13,9 mil milhões de euros) além-fronteiras, tornando-se um dos principais atores do investimento externo chinês.