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CEO do Millennium Bank diz-se livre do pior cenário na Polónia após decisão "positiva" de tribunal europeu

A questão dos empréstimos imobiliários na Polónia tem marcado a banca neste país pela negativa. Contudo, o CEO do Millennium Bank mostra-se satisfeito com a última decisão da justiça.

Kacper Pempel/Reuters
09 de Outubro de 2019 às 10:00
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O CEO do Millennium Bank, a unidade polaca detida pelo português BCP, considera "positiva" a decisão do Tribunal Europeu sobre os empréstimos em francos que têm causado turbulência na Polónia. Apesar da entidade europeia decidir a favor dos clientes, acaba por afastar aquele que seria o pior cenário para o gestor do banco. João Brás Jorge não vai tentar chegar a acordo com os clientes: espera que estes sejam confrontados com a visão dos tribunais e põe a hipótese de processar aqueles a quem a justiça não dê razão.

 

No entendimento do Tribunal de Justiça europeu, os clientes dos bancos polacos podem pedir aos tribunais que os contratos de crédito à habitação celebrados em 2008 e denominados em francos suíços sejam convertidos para a moeda local. Caso os tribunais venham a dar razão aos clientes, os custos, elevados, recaem sobre os bancos.

 

No entender de João Brás Jorge, esta decisão é "positiva" porque elimina a possibilidade de que os empréstimos imobiliários denominados em zlóti se baseiem na taxa libor, o que "seria o pior cenário" para o Millennium.

 

O líder da instituição considera ainda que seria "difícil" propor aos clientes acordos fora dos tribunais tendo em conta o nível atual das exigências dos mesmos. Brás Jorge vê a necessidade de confrontar estas expectativas com a visão dos tribunais. Em todo o caso, o banco avança a opção – que vê como provável – de processar os clientes cujos empréstimos sejam anulados pelos tribunais, com o objetivo de reclamar os juros sobre o capital utilizado para comprar a propriedade.

 

Em causa estão os contratos de crédito à habitação em francos suíços celebrados, em 2008, por cerca de 700 mil polacos. Juros que eram mais de 50% abaixo daqueles que eram cobrados nos empréstimos em zlótis, a moeda polaca, eram o argumento. A situação inverteu-se quando a Suíça anunciou o fim da ligação entre o franco e o euro e a moeda suíça disparou - , deixando os proprietários com dificuldades em pagar o crédito e com dívidas que, em muitos casos, ultrapassavam largamente o valor dos imóveis. Os clientes alegam que os contratos continham cláusulas abusivas e que sofreram uma pressão indevida da parte das instituições para contraírem tais empréstimos.

 

Face à incerteza quanto às quantias que este caso vai exigir aos cofres da instituição, o banco diz não ser possível estimar o ritmo de crescimento do banco nem se o Millennium estará em condições de pagar dividendos no futuro. Anteriormente, o BCP, que controla o Bank Millennium, admite que poderá haver um "significativo impacto negativo" na Polónia.

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