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CEO do Credit Suisse vai abandonar o cargo após escândalos de espionagem

O presidente executivo do banco suíço vai deixar o cargo a 14 de fevereiro, num ambiente controverso no seio da administração, que se viu envolvida num escândalo de espionagem a Iqbal Khan, ex-responsável pela gestão de fortunas do banco, e que originou a morte de um consultor da instituição.

5 - Tidjane Thiam. O CEO do Credit Suisse Group é o segundo europeu do ranking. Com um rendimento de 21,1 milhões de dólares, iniciou funções em meados do ano passado.
reuters, bloomberg
07 de Fevereiro de 2020 às 08:54
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O presidente executivo do Credit Suisse, Tidjane Thiam, vai deixar o cargo, apesar de ter o apoio dos principais acionistas, depois do polémico caso de espionagem a Iqbal Khan, o antigo responsável pela gestão de fortunas do banco, que levou ao suicídio de um consultor da instituição, anunciou o banco.

Segundo um comunicado do banco divulgado pela Bloomberg, Thiam vai ser substituído no cargo por Thomas Gottstein, que atualmente lidera a unidade suíça do banco, e que o chairman do Credit Suisse, Urs Rohner, tem o apoio "unânime" por parte da administração do banco para terminar o seu contrato que finda em abril de 2021.

Tidjane Thiam vai deixar o cargo depois de apresentar os resultados referentes ao quarto trimestre do ano passado, em Zurique, no final da próxima semana.

Para perceber a polémica em que o atual CEO está envolvido é preciso recuar quase um ano para o dia em que Tidjane Thiam decidiu dar uma festa em sua casa, perto do Lago de Zurique. Nesse "cocktail" estava também Iqbal Khan, que liderava a equipa de gestão de fortunas, e que acabou por se envolver numa forte discussão com Thiam, segundo noticiou a imprensa local, na altura. Khan foi demitido em julho do ano passado.

Depois, 
o UBS - maior rival do Credit Suisse - decidiu contratar Khan para o cargo de vice presidente da unidade de gestão de fortunas mundial. É aí que começa um novo capítulo desta história, que culminou numa morte trágica. A decisão do UBS levou o Credit Suisse a pedir ao responsável pela segurança do banco para começar a observar Khan, com receios de que o gestor tentasse levar clientes e recrutasse ex-funcionários do banco suíço ou mesmo colaboradores que ainda lá trabalhavam e com quem mantinha uma boa relação. 

Mais tarde, o gestor percebeu que estava a ser perseguido e acabou por apresentar queixa, acusando os investigadores de lhe terem tentado tirar o telemóvel que tinha usado para recolher provas. A história ganhou outras dimensões depois de ser revelada pela comunicação social. 

Mas a história não acaba aqui. O consultor que em nome do Credit Suisse contratou a empresa de investigação Investigo foi encontrado morto, com evidências de tentativas de suicídio. 

Este não foi, no entanto, caso único. No final do ano passado, o
 Credit Suisse admitiu que mais um dos seus executivos foi alvo de espionagem dentro do grupo suíço. Desta vez, o alvo foi Peter Goerke, diretor de recursos humanos do Credit Suisse. Segundo o banco, terá sido o antigo diretor de operações, Pierre-olivier Bouee, que contratou detetives, em fevereiro deste ano, para espiar o seu colega. O banco garante que esta operação foi levada a cabo sem o conhecimento dos restantes executivos, incluindo o presidente Tidjane Thiam.

Thiam vai então abandonar o cargo, apesar de ter o apoio dos principais acionistas incluindo a Harris Associates, a Silchester International Investors e a Eminence Capital.

Para Thiam, que já ocupou funções na Aviva Plc e na Prudential Plc, a saída mancha uma série de quatro anos de grande sucesso no Credit Suisse, em que o banco garantiu a estabilidade.

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