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Carlos Costa responde a críticos com falhas na união bancária

É a estrutura europeia que retém a capacidade de definir o futuro da região, no geral, e de Portugal, no particular. As palavras são de Carlos Costa, que apontou ainda para as falhas na união bancária, em resposta às críticas nos Banif e Novo Banco.

Miguel Baltazar
25 de Janeiro de 2016 às 10:16
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O governador do Banco de Portugal considera que a união bancária é uma das etapas no processo de integração da União Europeia e considera que esta é vital para o futuro dos países que a compõem. Palavras proferidas por Carlos Costa, numa conferência organizada pela Universidade Católica de Lisboa, onde aproveitou para responder às críticas sobre a intervenção do regulador nos casos Banif e Novo Banco.

"É cada vez mais importante ter em mente que a estrutura europeia determina o futuro da Europa e do nosso país", defendeu Carlos Costa esta segunda-feira, 25 de Janeiro. Citado pela Bloomberg, o governador do Banco de Portugal acrescentou que a UE é vital na definição de estratégias e políticas e disse que, nesse sentido, a união bancária é um passo no processo de integração europeia.

Mas o responsável pela supervisão bancária em Portugal considera que "os instrumentos de estabilidade financeira que suportam a união bancária estão inacabados", pode ler-se na apresentação realizada na manhã desta quinta-feira. Em causa, aponta Carlos Costa, estão o "incompleto financiamento para a resolução europeia" e a "falta de um mecanismo europeu de segurança de depósitos".

E os problemas não ficam por aqui. "As decisões de elevada importância são tomadas por diferentes instituições com diferentes mandatos", o que leva a uma "ausência de coordenação de políticas", disse Carlos Costa. Uma clara alusão do governador às divergências públicas que o têm separado do Governo de António Costa, devido à intervenção nos casos Banif e Novo Banco, nomeadamente no que toca ao poder de resolução que, actualmente, pertence ao Banco de Portugal.

Com o objectivo de alcançar a união financeira na Europa, Carlos Costa considera que "as estruturas legal e institucional precisam de ser ainda mais harmonizadas". E conclui que "uma integração mais profunda dos mercados de capitais permite uma maior partilha de risco e uma mais forte absorção de choques, ao mesmo tempo que possibilita também o financiamento do crescimento".

cotacao Há uma esquizofrenia de quem decide e de quem paga e cria dificuldades aos cidadãos Carlos Costa Governador do Banco de Portugal

Citado pela Lusa, Carlos Costa afirmou ainda que "há uma esquizofrenia de quem decide e de quem paga e cria dificuldades aos cidadãos". "É preciso reflectir" sobre as novas regras de 'bail-in' (resgate interno de um banco) ou do fundo de resolução europeu, acrescentou, até porque "há uma assimetria de poderes e necessidades de respostas".

Caso contrário, o governador do Banco de Portugal considera que a união bancária "pode transformar-se, em vez de uma solução, num problema". Questões que, conclui, podem "criar resistências que, a prazo, vão ser um entrave à própria união bancária". 


(Notícia actualizada às 13:30, com mais informação)

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