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Caixa vai reembolsar dívida e poupar 54 milhões por ano

Banco Central Europeu autorizou recompra de dívida perpétua de 500 milhões de euros emitida em 2017 no âmbito da recapitalização do banco. Taxa de juro era superior a 10%.

01 de Fevereiro de 2022 às 07:20
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O Banco Central Europeu (BCE) autorizou a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a recomprar 500 milhões de euros de dívida perpétua emitida em 2017. A operação vai permitir ao banco público uma poupança de quase 54 milhões de euros por ano em juros.

A informação foi avançada pela instituição financeira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Em causa está uma emissão de dívida subordinada que conta como capital, realizada em 2017 no âmbito da recapitalização do banco público. A operação atingiu o montante global de 4,9 mil milhões de euros (3,9 mil milhões injetados pelo Estado e o restante emprestado por privados, incluindo os desta emissão de dívida).

Os títulos foram comprados por mais de 160 investidores institucionais. Desde então, a CGD pagou, só em juros, 268,75 milhões de euros, numa média de 53,75 milhões por ano.

A Caixa informa ainda que a aprovação do BCE acontece depois de em 2021 ter emitido dívida no mesmo valor com uma taxa de 0,375%.

O banco português escreve que a decisão do regulador europeu "resulta da avaliação positiva feita pelo BCE à solidez financeira da CGD", sendo um "reflexo da conclusão com sucesso de um difícil e exigente plano de reestruturação".

O presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, considera que a luz verde do BCE "assinala o sucesso alcançado na implementação de um exigente plano de reestruturação e só foi possível pela capacidade de geração de capital orgânico e pela rentabilidade da Instituição".

O líder do banco público sublinha que "só uma Caixa sustentável e com uma rentabilidade reconhecida pelo mercado evitará voltar a incorrer em custos desta magnitude" e garante que depois deste reembolso, "a CGD manter-se-á como um banco capitalizado, preparado para os desafios futuros, ao mesmo tempo que conseguirá poupanças significativas com juros que permitirão prosseguir a missão de devolver a ajuda dos portugueses".

A CGD regressou ao pagamento de dividendos ao Estado em 2019, com a entrega de 200 milhões de euros. Em 2021 pagou 383,6 milhões (83,6 com base nos resultados de 2020 e 300 milhões em dividendos extraordinários).

A instituição financeira escreve ainda que com o reembolso antecipado destes títulos, "a CGD elevará para mais de mil milhões de euros o montante devolvido, relativo ao processo de recapitalização de 2017" e acrescenta que vai manter o rácio Common Equity Tier 1 de 18,2% e o rácio total de 19,65%, "cumprindo-se com ampla margem o requisito regulamentar de 13,50%".

O reembolso antecipado vai acontecer no dia 30 de março.
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