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Bruxelas apoia Bulgária após ataque especulativo aos bancos do país
A União Europeia concedeu uma linha de crédito de 1,6 mil milhões de euros para apoiar a Bulgária, depois do terceiro maior banco do país ter ficado sem liquidez devido a uma corrida aos depósitos motivada por rumores infundados.
A União Europeia vai conceder uma linha de crédito à Bulgária no valor de 3,3 mil milhões de lev (1,6 mil milhões de euros) para ajudar o sector financeiro do país, que foi alvo de um ataque especulativo que já originou a prisão de várias pessoas.
O First Investment Bank, terceiro maior banco do país, pagou 800 milhões de lev (391 milhões de euros) aos seus clientes, depois de uma corrida ao banco que foi originada por rumores sobre a situação financeira do banco.
A polícia prendeu já sete pessoas, que através de mensagens de telemóvel, e-mail e redes sociais espalharam rumores que levaram os búlgaros a levantarem dinheiro das suas contas. Várias destas pessoas devem elevadas quantias de dinheiro a este banco, sendo que o objectivo passava por provocar a sua falência, de acordo com as autoridades búlgaras, que estão a investigar o caso.
Na sexta-feira o First Investment Bank tinha anunciado que tinha "dinheiro e instrumentos financeiros suficientes" para lidar com a situação. Também o quarto maior banco do país, o Corporate Commercial, está desde a semana passada sob supervisão do banco central, depois do seu maior cliente ter levantado os fundos que tinha no banco.
"Na semana passada um conjunto de indivíduos atacou o terceiro maior banco [da Bulgária], apelando aos clientes para que levantassem o dinheiro", refere um comunicado da Comissão Europeia citado pela Bloomberg, acrescentando que esta situação "criou preocupações sobre a liquidez do banco em questão e o risco de contágio a outras instituições financeiras, apesar do sector financeiro búlgaro estar bem capitalizado e apresentar níveis de liquidez elevados".
Bruxelas acrescenta que esta linha de crédito "providencia a liquidez suficiente" para que a banca da Bulgária enfrente esta crise que não está relacionada com o sector financeiro.
A situação política na Bulgária está também muito instável. Os socialistas, que formaram Governo há um ano, estão a ser pressionados para se demitirem depois dos fracos resultados nas Europeias. Com a oposição a acusar o Governo de ter levado o país à ruina, o presidente Rosen Plevneliev convocou eleições legislativas antecipadas para 5 de Outubro.