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BIC não planeia aumentar posição no BPI
O banco angolano, controlado por Isabel dos Santos, revelou que tinha uma posição de 2,28% no BPI. O presidente do BIC, Fernando Teles, garante que "não tem intenção de aumentar a participação" no banco português.
O BIC não tenciona aumentar a posição no BPI, segundo Fernando Teles, o presidente do banco. Numa altura em que os principais accionistas do BPI têm visões diferentes para a estratégia do banco, em relação aos negócios africanos e ao fim da limitação dos direitos de voto, o BIC revelou que detinha 2,28% do BPI (1,90% directamente e 0,38% detidos por Fernando Teles e um outro administrador, Fernando Duarte).
Em declarações à Bloomberg, Fernando Teles indicou que o BIC tem aquela posição há três ou quatro anos e que não tem "intenção de aumentar a participação". Isabel dos Santos, que detém 18,58% do BPI, controla também 42,5% do BIC. A empresária opôs-se à proposta de cisão dos activos africanos e está contra o fim da limitação de direitos de votos no banco.
A administração do BPI propôs no início deste mês uma nova assembleia-geral para deliberar sobre a desblindagem dos estatutos. No ano passado o fim da limitação aos direitos de voto já havia sido chumbado na sequência da oferta pública de aquisição (OPA) do CaixaBank. Para prosseguir com a operação, o banco catalão teria de garantir primeiro que se removeria aquela limitação. Tal acabou por não ocorrer, levando à retirada da OPA.
O Conselho de Administração do BPI voltou a incluir este assunto na agenda "tendo presente as alterações muito relevantes ocorridas no sistema financeiro português ao longo do passado recente e os novos e exigentes desafios que decorrem de tais alterações", segundo o comunicado ao mercado feito no início do mês.
E acrescentou que "na actual situação do sistema financeiro português, a existência de uma limitação estatutária à contagem de votos pode condicionar os referidos acompanhamento e envolvimento de actuais ou futuros accionistas do banco e que, por esse motivo, se torna recomendável proceder à eliminação da limitação à contagem de votos actualmente consagrada nos estatutos do Banco".