Notícia
BdP dá "luz verde" a Vila-Cova à frente do Finantia
O gestor estava em risco de ser "chumbado" pelo Banco de Portugal depois de os acionistas do Finantia terem pedido a renovação do mandato do presidente da instituição financeira. Vila-Cova esteve na administração da CGD até agosto de 2005.
O Banco de Portugal deu "luz verde" à renovação do mandato de António Vila-Cova à frente do banco Finantia, apurou o Negócios. Isto apesar de o gestor ter estado na administração da Caixa Geral de Depósitos, um facto que o regulador teve em consideração na sua decisão.
A aprovação chega numa altura em que o mandato de Vila-Cova estava a terminar e depois de os acionistas terem pedido a sua renovação. De acordo com a convocatória para a assembleia-geral anual, a realizar esta sexta-feira, um dos pontos a tratar refere-se precisamente às eleições para o triénio 2019/2021.
Foi este mesmo pedido que colocou o gestor numa situação de possível "chumbo", já que esta renovação obrigava a uma reavaliação da sua idoneidade por parte do banco liderado por Carlos Costa. Em causa está o facto de Vila-Cova ter ocupado o cargo de administrador do banco estatal entre abril de 2004 e agosto de 2005, antes da entrada em funções da administração da qual fez parte Carlos Santos Ferreira e Armando Vara.
A presença na administração do banco estatal já penalizou alguns gestores. Foi o caso de Norberto Rosa e de Pedro Cardoso que estavam prestes a ser nomeados para o BCP e para o Bison Bank, mas que acabaram por desistir dos respetivos processos quando o Banco de Portugal se preparava para chumbar os nomes. Mais tarde foi a vez de José Araújo e Silva, que foi até março administrador do EuroBic. O gestor decidiu afastar-se antes de ser conhecida a decisão do regulador, conforme avançou o Eco.
Todos têm em comum o facto de terem desempenhado funções no banco estatal. O Banco de Portugal está a avaliar sete antigos gestores da CGD que estão em entidades por si supervisionadas, tal como escreveu o Expresso em fevereiro. O objetivo do regulador é avaliar a possibilidade de abrir processos de reavaliação da idoneidade devido aos factos revelados pela auditoria da EY a 16 anos de gestão do banco estatal.
De acordo com a auditora, que analisou o período entre 2000 e 2015, a Caixa concedeu créditos que acabaram por se revelar ruinosos. E isto aconteceu mesmo perante o parecer desfavorável da Direção de Risco da instituição.
Fora deste cenário de "chumbo" está já António de Sousa, avançou o Jornal Económico. Segundo a publicação, a "luz verde" ao antigo presidente da CGD consta das atas com deliberações sobre a avaliação de idoneidade a ex-gestores do banco estatal enviadas pelo supervisor aos deputados da segunda comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa. Os nomes de Vítor Fernandes e de Jorge Cardoso, atualmente no Novo Banco, também devem ser aprovados. Isso mesmo aconteceu com Maria João Carioca, que é atualmente administradora da CGD depois de ter ocupado o lugar de presidente da Euronext Lisboa até 2016, e também com João Nuno Palma, administrador executivo do BCP.