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BCP vive novo dia de quedas. Acções perdem mais de 4%
As acções do BCP voltam a negociar em terreno negativo, estando a cair mais de 4% na sessão em que as vendas a descoberto das acções voltam a ser permitidas.
09 de Junho de 2016 às 09:45
É mais um dia de quedas para os títulos do Banco Comercial Português. As acções recuam 4,70% para 2,23 cêntimos mas já chegaram a cair 5,88% para 2,2 cêntimos. Foram negociados mais de 116 milhões de títulos em pouco mais de uma hora de negociação.
O banco prolonga assim a forte queda registada na sessão de ontem. As acções perderam mais de 8% apesar de estar em vigor a proibição de vendas a descoberto.
O presidente executivo do banco afirmou que o BCP não tem "nenhuma intenção de pedir capital aos accionistas". Uma declaração que não evitou, porém, que os títulos voltassem a registar fortes quedas logo no dia seguinte.
O banco acumula uma desvalorização superior a 53% desde o início do ano e tem agora uma capitalização bolsista de 1,34 mil milhões de euros.
A nova queda das acções acontece numa sessão em que as operações de venda da descoberto voltam a ser permitidas, depois da CMVM ter proibido o "short selling" durante dois dias.
"A suspensão da venda a descoberto tende a tranquilizar os investidores de retalho", diz Steven Santos. E "também pode incentivar os ‘short sellers’ a encerrar parte das suas posições de venda, o que representa mais compradores no mercado e poderá impulsionar o preço", diz o gestor do BiG. Mas no BCP não é isso que tem acontecido. "No caso do BCP, não é evidente: o título tanto desceu como subiu na pendência da proibição das vendas curtas", diz Paulo Rosa. "Somos impelidos a dizer que não terá qualquer efeito na cotação", acrescenta o economista do Banco Carregosa.
"As proibições de vendas a descoberto terão como objectivo reduzir a pressão vendedora sobre um título, após dias de forte queda. Poderão funcionar melhor em algumas circunstâncias do que noutras, dependendo do fluxo de notícias em torno do título que tem estado pressionado", diz Albino Oliveira. Mas a repetição destas proibições acabam por "mostrar que um título está frágil e bastante pressionado", refere o analista da Patris Investimento. "No médio prazo, contudo, a evolução dependerá de outros factores", nota.