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BCP quer emitir 220 mil cartões da UnionPay em cinco anos
O Millennium bcp inicia em abril a emissão de cartões de débito e crédito da chinesa UnionPay. O banco liderado por Miguel Maya pretende alcançar os 220 mil cartões emitidos no espaço de cinco anos.
O Millennium bcp arranca em abril com a emissão de cartões de crédito e débito da UnionPay, gigante chinesa de pagamentos por cartão, anunciou esta sexta-feira a instituição financeira liderada por Miguel Maya.
O CEO do banco indicou que os objetivos traçados passam pela emissão de mais de 220 mil cartões em Portugal no espaço de cinco anos e admitindo o alargamento a outros mercados onde o Millennium bcp está presente, nomeadamente a Polónia, Angola e Moçambique.
O responsável considerou que "este foi um processo muito complexo" e manifestou satisfação por o banco poder "a partir de abril disponibilizar os primeiros cartões" aos seus clientes. Maya destacou que o BCP é o primeiro emissor europeu de cartões da UnionPay, posicionando-se como "líder na inovação".
Atualmente, são já mais de mil comerciantes em Portugal que aceitam os cartões da "Visa chinesa", mas as metas a cinco anos do BCP passam por aumentar esse número para mais de dez mil. Logo em abril, quando forem emitidos os primeiros cartões pelo Millennium bcp, os cartões da UnionPay emitidos pelo banco português serão aceites em todas as caixas ATM em Portugal.
Nos objetivos a cinco anos estão a emissão de 221 mil cartões e alcançar 841 milhões de euros de faturação, detalhou João Nuno Palma, vice-presidente da comissão executiva do BCP.
Este responsável assinalou que a parceria com a UnionPay permite também, dada a colaboração com a SIBS, um impacto positivo nos volumes da empresa de sistemas de pagamento e um "aumento das suas valências". Outro aspecto destacado por João Nuno Palma foi o acesso "à inovação e desenvolvimento tecnológico" da UnionPay.
A estratégia do banco, referiu ainda, passa por alargar o número de comerciantes que aceitem estes cartões, com foco na restauração e hotelaria, aproveitando os "mais de 300 mil turistas chineses que visitam Portugal anualmente".
Miguel Maya sublinhou o papel da Fosun, que detém cerca de 27% do capital do banco português, ao "permitir construir os elos de confiança entre o BCP e a UnionPay".
O CEO da UnionPay International, Cai Jianbo, destacou que a emissão de cartões da empresa chinesa pelo BCP ocorre no 40.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e China. Também o responsável chinês agradeceu ao grupo Fosun pela "sua visão".
Cai Jianbo defendeu que esta parceria "será benéfica para as relações económicas entre os dois países" e servirá também de "showcase" para os cartões UnionPay noutros mercados. O responsável assinalou ainda a possibilidade de, através do BCP, a UnionPay conseguir "mais oportunidades em mais mercados".
Miguel Maya afinou pelo mesmo diapasão. "O reforço das relações entre Portugal e China é muito importante para Portugal, tendo permitido grandes investimentos com retorno económico para o país", sublinhou.
O CEO do banco disse também que entre os potenciais clientes dos cartões UnionPay estarão não apenas os turistas e empresários chineses que se desloquem a Portugal, mas também os portugueses que visitem, em turismo ou em negócios, não só a China como qualquer outro mercado onde a UnionPay está presente.
Questionado sobre o preço ou os custos associados ao cartão da UnionPay, Maya escusou-se a revelar números. Mas, disse, "o negócio só faz sentido para o BCP se fizer sentido para ambas as partes. O preço será ajustado, mas não será, certamente, o preço a constituir um obstáculo à concretização dos objetivos que traçámos".
Sobre a expansão a outros mercados onde o BCP está presente, Miguel Maya ressalvou que as decisões são tomadas pelas administrações dos bancos, mas, admitiu, o BCP irá apresentar, de forma convicta, as oportunidades que esta parceria pode proporcionar.
Durante a conferência de imprensa, Miguel Maya realizou a primeira transação com um cartão UnionPay emitido pelo BCP: uma compra no valor de cinco euros.