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BCP pode pagar 1,9% por dívida ESG. Procura já supera os 850 milhões
O BCP começou na segunda-feira a sondar os investidores para avaliar o apetite para uma emissão de obrigações sociais seniores. Será a segunda instituição bancária portuguesa a emitir dívida ESG, depois de a CGD o ter também feito há duas semanas.
O BCP está prestes a fechar a emissão de dívida social e poderá conseguir uma taxa de juro na ordem dos 2%, segundo dados do cupão indicativo a que o Negócios teve acesso. Esta é a primeira operação do género do banco e a segunda de uma instituição financeira portuguesa no segmento ESG (ambiente, social e de governo corporativo).
O banco liderado por Miguel Maya começou na segunda-feira a sondar os investidores para avaliar o apetite para uma emissão de obrigações sociais seniores. Após o roadshow, a colocação de títulos com 6,5 anos (e opção de call antecipada nos 5,5 anos) está a ser fechada na manhã desta quarta-feira.
Ao final da manhã, o cupão indicativo apontava para 200 pontos base acima da taxa midswap do euro com o mesmo prazo, que está nos -0,11%. Ou seja, o juro provisório situa-se nos 1,89%, o que revela uma descida face à taxa inicialmente apontada. Na abertura dos livros, o guidance ficava entre 215 e 220 pontos base acima do midswap do euro.
Esta revisão em baixa do juro estará relacionada com a forte procura, que já supera os 850 milhões de euros. A emissão é de dívida social sénior (colocada junto de investidores institucionais) e, dependendo do nível de procura, a expectativa é que o valor seja superior a 500 milhões de euros.
Sendo dívida sénior preferencial, estes títulos serão elegíveis para os requisitos regulamentares de MREL. E o objetivo é financiar ou refinanciar ativos sociais, classificados com critérios ESG.
O BCP vai assim tornar-se o segundo banco português a emitir dívida ESG, depois de a Caixa Geral de Depósitos o ter também feito há duas semanas, tendo essa sido a estreia dos bancos nacionais na colocação de títulos sustentáveis. Na altura, o banco público emitiu 500 milhões de euros a seis anos, com uma taxa final de 0,4%.
Há seis bancos de investimento (Barclays, Credit Agricole, JPMorgan, Millennium BCP, Natixis e Unicredit) envolvidos na operação do BCP. Os novos títulos deverão ser classificados com um "rating" de Ba1, BB e BBBL pela Moody’s, Fitch e DBRS, respetivamente.
(Notícia atualizada às 12h com novos dados)