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BCE quer bancos mais resistentes a choques geopolíticos extremos

Banco Central Europeu elege as ameaças geopolíticas e macroeconómicas como a principal prioridade de supervisão para o período 2025-2027. Requisitos de capital para 2025 mantém-se inalterados face a este ano.

O BCE volta a reunir-se a 12 de setembro para decidir rumo das taxas de juro de referência da Zona Euro. Serão também atualizadas as projeções macroeconómicas.
Wolfgang Rattay/Reuters
17 de Dezembro de 2024 às 09:50
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O Banco Central Europeu (BCE) quer bancos mais "resilientes a ameaças macro-financeiras e a choques geopolíticos extremos". A orientação consta das prioridades de supervisão para o período 2025-2027 publicadas nesta terça-feira pelo regulador europeu.

A instituição pretende também garantir que os bancos corrijam insuficiências atempadamente e que o sistema saiba lidar com alterações com origem na transformação digital e nas novas tecnologias.

A publicação aconteceu em simultâneo com a dos resultados do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (SREP, na sigla inglesa) relativo a 2024.

O exercício permitiu concluir que "o setor bancário da zona euro manteve-se resiliente em 2024" e que os bancos "em média, mantiveram posições de liquidez e capital sólidas, acima dos requisitos regulamentares". O BCE vai manter largamente inalterados os requisitos de capital a cumprir pelos bancos em 2025.

O rácio médio de "Common Equity Tier 1" (CET 1) era de 15.8% a meio do ano, ligeiramente acima do verificado um ano antes. O rácio de alavancagem sofreu um aumento ligeiro para 5,8%, num contexto em que as taxas de juro continuar a sustentar a rentabilidade das instituições.

O SREP é uma avaliação anual que tem o objetivo de verificar e garantir que cada banco tem capital e liquidez que consigam fazer face aos riscos que enfrenta ou pode vir a enfrentar, assim como o risco que representa para o sistema financeiro como um todo.

O exercício permite calcular os requisitos de capital e liquidez de cada instituição.

Claudia Buch, presidente do Conselho de supervisão do BCE, enfatizou em conferência de imprensa que o desempenho dos bancos europeus foi positivo em 2024, com o nível de malparado a continuar contido.

"O desempenho futuro vai depender das perspetivas económicas e da resistência a choques", enfatizou a responsável, mencionando o cenário de aumento das tensões políticas, que podem afetar preços da energia e através dela da economia em geral, afetando os bancos.

"Os riscos geopolíticos deve ser abordados pelas administrações das instituições financeiras", alertou Claudia Buch".

Bancos portugueses bem colocados

Na banca portuguesa há poucas alterações de requisitos, e as que existem são positivas para as instituições.

O BCP viu o requisito de capital de pilar 2 descer de 2,5% para 2,25%, uma descida que o banco já tinha comunicado e é agora confirmada pelo BCE.

O Novo Banco também já tinha feito saber que o requisito de Pilar 2 de 3% em 2024 cairá para 2,7% no próximo ano.

A Caixa Geral de Depósitos manterá o objetivo de ter um rácio de 1,9% e fez saber que já cumpre essa meta.

O Santander também mantém a meta que teve em 2024: 1,74%.

O BPI comunicou que já cumpre os requisitos para 2025. No início de dezembro, a instituição liderada por João Pedro Oliveira e Costa anunciou que já cumpre os rácios de capital e de alavancagem para o próximo ano.

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