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BCE detectou irregularidades graves no Popular e não sancionou
Segundo os documentos entregues à justiça espanhola, entre 2015 e 2017 foram detectadas pelo BCE várias irregularidades na operação do banco Popular - que, no fim da segunda inspecção, acabou por ser vendido ao Santander.
O Banco Central Europeu (BCE) fez duas inspecções ao Banco Popular entre 2015 e 2017, nas quais detectou falhas como o refinanciamento a empresas em incumprimento (morosas), transacções inflacionadas e a ocultação de perdas, revela esta quarta-feira o Expansión. Estas não terão resultado em penalizações, adianta a mesma publicação.
A descrição das falhas do Popular consta de documentos enviados na altura à Audiência Nacional, uma das mais altas instituições de Justiça de Espanha, com jurisdição sobre todo o território castelhano. Na mesma documentação não há registo de nenhuma comunicação, advertência ou sanções dirigidas ao Popular, ao Banco de Espanha ou a quaisquer outras instituições.
As inspecções ocorreram em duas fases, a primeira entre Novembro de 2015 e Junho de 2016 e a segunda entre Dezembro de 2016 e Junho de 2017 – mês no qual foi vendido o Popular ao Santander por um euro. Esta compra foi executada a 7 de Junho de 2017 com o empurrão de Bruxelas, que deu ordem para a transferência de todas as acções e capital do Popular para o Banco Santander pelo preço de compra de um euro, no âmbito de uma medida de resolução. O Santander comprometeu-se ainda a injectar sete mil milhões no Popular para permitir a continuidade do banco.
Fontes da antiga administração do Popular garantiram ao Expansión que nas várias conversações que mantiveram com o BCE e com o Banco de Espanha num período anterior à venda do banco ao Santander este tema não foi discutido e não tinham conhecimento destas actividades fraudulentas.