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BCE alerta que bancos europeus devem precisar de mais provisões para malparado

Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, afirma que a banca terá de pôr mais dinheiro de lado para responder ao possível incumprimento das empresas quando as medidas de apoio terminarem.

Luis de Guindos
reuters
25 de Novembro de 2020 às 10:38
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Os bancos europeus devem precisar de constituir mais provisões para fazer face a potenciais perdas provocadas pela pandemia, sobretudo depois de terminarem as medidas de apoio às empresas. O alerta consta do relatório de estabilidade financeira do Banco Central Europeu (BCE), divulgado esta quarta-feira, 25 de novembro. 

As provisões para crédito malparado estão num nível mais baixo em relação às crises anteriores e abaixo daquilo que se regista nos EUA, refere o banco liderado por Christine Lagarde. Isto deve-se, por um lado, ao facto de as medidas adotadas pelos governos europeus e pelo banco central reduzirem o risco de insolvência. Por outro lado, há uma fraca rentabilidade na banca europeia. 

Neste sentido, o BCE receia que, assim que estas medidas de apoio terminarem, algumas empresas não sejam capazes de retomar os pagamentos, penalizando as instituição financeiras.

"As provisões aumentaram, mas parecem otimistas em alguns casos", afirmou Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, citado pela Bloomberg, notando que "as garantias e as moratórias podem ter adiado" um cenário em que o "fraco desempenho económico se traduz em incumprimento".

Muitos foram os países que adotaram medidas para apoiar as famílias e empresas mais penalizadas pela pandemia, e que serviram de balão de oxigénio para a banca. Foi o caso de Portugal, com o Governo a criar linhas de crédito garantidas pelo Estado e moratórias no crédito (em vigor até setembro de 2021) que permitem adiar o pagamento das prestações.

No entanto, estas medidas vão eventualmente terminar. Nesse sentido, o Executivo já disse estar a trabalhar num plano, reforçando o apoio às empresas antes do fim das moratórias. 

Na terça-feira, numa conferência organizada pelo Eco, o ministro da Economia afirmou que "isto vai passar por uma combinação de soluções desde converter dívida em capital até injeção de capital novo que precisa de robustecer o balanço das empresas, preparando-as para a retoma".
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