O BBVA venceu o leilão para a compra do Catalunya Banc, com a sua oferta de 1.187 milhões de euros a superar as apresentadas pelos rivais Santander e CaixaBank.

O custo deste negócio será contudo inferior, já que o banco espanhol recebe créditos fiscais e garantias que vão permitir baixar o valor da operação para cerca de 600 milhões de euros, segundo o jornal Expansion.

Com esta compra, o banco liderado por Francisco González reforça fortemente a sua presença na região da Catalunha, onde duplica a sua quota de mercado, aproximando-se do líder CaixaBank (do La Caixa). De acordo com um comunicado do BBVA, com a compra do Catalunya Banc, o banco espanhol aumenta o crédito concedido em 14%, os depósitos em 23% e o número de clientes em 18%.

A nível nacional, o BBVA dá mais um passo para se aproximar do Santander, que continua a ser o maior do país. O BBVA fica com activos no valor de 450 mil milhões de euros, ligeiramente abaixo dos 465 mil milhões de euros do Santander.

O Catalunya Banc tem 1,5 milhões de clientes e activos no valor de 63 mil milhões de euros. O BBVA estima que a aquisição deste banco resulte em sinergias de 1,2 mil milhões de euros, não implique a necessidade de reforçar capital e contribua de forma positiva para os resultados do banco em 2026.

Jaime Sáenz de Tejada, directopara a área de Estratégia e Finanças do BBVA, assegurou tratar-se de uma operação com "riscos muito baixos", cujos custos de reestruturação deverão atingir os 450 milhões de euros. Ainda segundo o BBVA, esta aquisição deverá garantir, a partir de 2018, um incremento médio de 300 milhões de euros nos lucros desta instituição financeira.

Se para o BBVA as contas parecem favoráveis, para o Estado espanhol não se pode dizer o mesmo e o resgate do Catalunya Banc é até agora o mais custoso para os contribuintes.

Até ao mês passado o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), que agrupa em Espanha as participações em bancos que receberam ajudas públicas, tinha injectado 12 mil milhões de euros neste banco da Catalunha. Além deste montante, avançou ainda com várias garantias, que deverão ser recuperadas com o dinheiro que será pago pelo BBVA.

Para conseguir concretizar a venda do Catalunya Banc, em detrimento do encerramento da instituição, o FROB vendeu uma carteira de crédito malparado no valor de 6,4 mil milhões de euros. Além deste banco da Catalunha, o FROB, que foi constituído para agrupar as posições do Estado espanhol em bancos com ajudas públicas, tem ainda posições no Bankia, BNM, Liberbank, Ceiss e Caja3. 

(Notícia actualizada às 13h37m)