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Bancos já devolveram quase 40% do dinheiro da troika

Os três bancos que receberam apoio do Estado com dinheiro da troika já devolveram quase 40% das ajudas. O BPI já não tem um cêntimo das autoridades internacionais. Com as devoluções previstas pelo BCP e pelo Banif, os reembolsos subirão para quase três quartos dos 5.400 milhões que a troika emprestou à banca.

Sara Matos/Negócios
25 de Junho de 2014 às 13:24
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BPI, BCP e Banif já devolveram ao Estado quase 40% da ajuda que receberam com dinheiro da troika. No total, os três bancos contaram com o apoio de 5.400 milhões de euros, dos quais já devolveram 2.175 milhões.

 

Mas no horizonte está o reembolso de mais 1.975 milhões, o que elevará para quase três quartos o nível de reembolso. O BCP acaba de anunciar um aumento de capital de 2.250 milhões, dos quais 1.850 milhões servirão para liquidar uma segunda tranche de ajuda pública. Por seu turno, o Banif já solicitou o pagamento de mais 125 milhões de apoio estatal.

 

Assim que estas somas forem pagas, ficarão por liquidar apenas 1.450 milhões de dinheiro que a troika emprestou ao sector financeiro português. Ou seja, faltará reembolsar apenas cerca de um quarto da ajuda estatal à banca com dinheiro da troika.

 

Do total de 12 mil milhões de euros que a troika disponibilizou ao Estado para uso exclusivo no apoio à banca privada, estão ainda por utilizar 6.400 milhões, valor que ainda ficará disponível por mais uns meses para acautelar o risco de a avaliação completa do Banco Central Europeu à banca, que culminará com a realização de testes de stress, poder trazer necessidades de capital adicionais.

 

BPI já se livrou do Estado

 

Dos três bancos privados que beneficiaram de ajuda pública, o BPI foi o primeiro a liquidar esse apoio. No final de Junho de 2012, o banco liderado por Fernando Ulrich recebeu 1.500 milhões de euros, que o Tesouro aplicou em instrumentos de capital contingente ("CoCos") e, esta quarta-feira, 25 de Junho, devolveu a última tranche, no valor de 420 milhões.

 

Por seu turno, o BCP pediu ao Estado 3.000 milhões, também no final de Junho de 2012 e, em Maio último, pagou a primeira tranche de 400 milhões. Dos 2.600 milhões que restam, 1.850 milhões serão pagos com o encaixe do aumento de capital agora anunciado. Além disso, está previsto que a instituição de Nuno Amado liquide mais 400 milhões entre o final deste ano e o início de 2015, caso passe na avaliação completa e nos testes de stress do BCE. Ficarão então por pagar apenas 350 milhões.

 

Já o Banif, que teve um apoio de 1.100 milhões, dos quais 700 milhões aplicados em acções e 400 milhões em "CoCos", reembolsou, nos últimos meses, 275 milhões de instrumentos de capital contingente. Pendente está o pedido para liquidar os restantes 125 milhões de "CoCos". Ficarão por devolver 700 milhões de euros que o Estado aplicou em acções e que o banco de Jorge Tomé pretende começar a reembolsar no prazo de um ano, com a recompra de 250 milhões de euros de títulos detidos pelo Tesouro.

 

Além dos bancos privados, também a Caixa Geral de Depósitos beneficiou de injecção de fundos públicos, num total de 1.650 milhões de euros, dos quais 900 milhões em "CoCos", dinheiro que não foi financiado directamente pela troika. Este montante terá de ser devolvido até ao final de Junho de 2017, não havendo qualquer indicação sobre a possível antecipação do reembolso.

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