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Bancos põem na mira clientes que ficaram ainda mais ricos na pandemia
Enquanto os gigantes do setor bancário tentam escapar dos efeitos da pandemia, estão a concentrar-se numa categoria-chave de clientes: pessoas ricas.
O Citigroup planeia concentrar os seus esforços em centros internacionais populares entre os que ganham mais: Singapura, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e Londres, disse a empresa ao anunciar os seus resultados na semana passada. No Bank of America, os saldos das contas dos clientes mais ricos aumentaram 31%, para um recorde de 3,5 biliões de dólares. Os novos ativos no Morgan Stanley também registaram uma forte subida.
"Poderia falar durante horas sobre isso - acho que estamos incrivelmente bem posicionados em termos de gestão de fortunas", disse Jane Fraser, nova CEO do Citigroup a analistas na semana passada.
As 500 pessoas mais ricas do mundo acrescentaram 1,8 biliões de dólares às suas fortunas no ano passado, elevando o total para 7,6 biliões de dólares, de acordo com o índice Bloomberg Billionaires.
Nos Estados Unidos, a recuperação económica afetou as pessoas de uma forma extremamente desigual, com muitos americanos a ficarem mais ricos com a subida das ações e preços do imobiliário, mesmo com quase 10 milhões de pessoas desempregadas. Alguns chamam a este cenário "recuperação em K".
"A procura por orientações de gestão está a aumentar", disse Andy Sieg, presidente do Merrill Lynch Wealth Management do Bank of America. "Nos próximos 10 ou 20 anos, veremos um aumento no mercado de gestão de fortunas impulsionado pela complexidade das questões ao redor do mundo e o seu impacto sobre a forma como as pessoas pensam e gerem as suas vidas financeiras."
O negócio de atender os ultra-ricos nem sempre é uma aposta segura: O Morgan Stanley surpreendeu os investidores na sexta-feira ao anunciar um impacto de 911 milhões de dólares com o colapso da Archegos Capital Management, um family office que implodiu no mês passado depois de fazer uma série de enormes negociações alavancadas. Essa perda ofuscou o forte desempenho noutros setores, como a divisão de gestão de fortunas do banco que registou um recorde de 105 mil milhões de dólares em novos ativos no primeiro trimestre, ajudada pela aquisição da E*Trade.
"Este trimestre reflete uma visão muito diferente desse negócio de gestão de fortunas", disse o CEO do Morgan Stanley James Gorman a analistas numa teleconferência na sexta-feira. "O E*Trade é claramente um fator, mas não é o único fator. Se tirarmos o E*Trade, o crescimento orgânico foi tremendo no negócio principal."